Servidora se aposenta com relevante trabalho prestado à Ufal e à sociedade

Com mais de cinco décadas de trabalho na Universidade, Maria do Carmo Silva atuou no Escritório Modelo de Práticas Jurídicas da Faculdade de Direito

Por Diana Monteiro - jornalista
- Atualizado em 28/02/2025 18h44
"Minha caminhada foi longa. Tenho sã consciência que devo dar tempo ao novo. Espero viver intensamente, mesmo de força moderada, mas com energia, vida e amor”, diz a servidora agora aposentada
"Minha caminhada foi longa. Tenho sã consciência que devo dar tempo ao novo. Espero viver intensamente, mesmo de força moderada, mas com energia, vida e amor”, diz a servidora agora aposentada

A trajetória de mais de 50 anos de Maria do Carmo Silva na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), não só foi marcante para ela, mas também para as rotinas universitárias e pelo dedicado trabalho desempenhado na instituição alagoana, onde se graduou em Serviço Social e em Direito. Maria do Carmo Ingressou na Ufal, como servidora técnica-administrativa, por meio de concurso público, em 5 de maio de 1974 e teve como primeiro local de trabalho a então Pró-reitoria de Assuntos Acadêmicos, atual Pró-reitoria de Graduação (Prograd), onde ficou por 26 anos.

Lidar com atividades conectadas com a comunidade ou no atendimento externo, sempre fez parte da vida da servidora. Como responsável pela Secretaria Administrativa da Prograd tinha contato direto com a comunidade acadêmica de todos os cursos. Para ela, um grande campo de trabalho que proporcionou experiências e muitos aprendizados.Tecendo agradecimentos pelas oportunidades a ela proporcionadas e o apoio recebido,  ela ressalta: “Adquiri uma grande experiência na Prograd e tive a oportunidade de trabalhar com pessoas que contribuíram com o meu crescimento, como o primeiro pró-reitor Manuel Ramalho, seguido dos professores também ocupantes desse cargo, José Damasceno Lima, Fernando Gama, Eduardo Almeida, José Lima de Moraes e Eduardo Lira. Durante as mais de duas décadas que passei, guardo afeição de todos que estiveram conduzindo a área de graduação da Ufal. Destaco o aprendizado que recebi da professora aposentada Elce Amorim, pela experiência e conhecimento”, enfatiza Maria do Carmo, que por um curto período desempenhou, também,  atividades administrativas na então Pró-reitoria de Administração (Proad), atual Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progep). 

Aposentada, oficialmente, no dia 6 do recente mês de janeiro, chegar ao máximo de idade permitida por lei (75 anos), no serviço público, representa orgulho e muita gratidão, principalmente, por fazer parte da maior e da mais antiga instituição de ensino superior de Alagoas, consolidada como patrimônio público do povo alagoano. “É imensa a minha satisfação de ter sido nomeada no dia 13 de maio de 1974 e ter permanecido até o dia 5 de janeiro deste ano. Foi uma caminhada llonga, mas nem percebi. Agradeço a Deus a minha trajetória como servidora durante 50 anos e oito meses. Creio que cumpri com minhas atribuições, satisfatoriamente. Aposentar-me aos 75 anos com toda energia e saúde é esperar de Deus muitos anos de vida, com lucidez para desfrutar o que a vida me oferecer de bom e viver para servir ao próximo”. E aproveita para destacar: “Uma universidade que me proporcionou muitas vivências e meu deu a oportunidade de acompanhar o seu crescimento. Tudo isso refletiu nas minhas duas áreas de formação”, destaca.

 E, na complementação de sua trajetória, Maria do Carmo diz que na mesma instituição onde viveu intensamente os mais de 50 anos de trabalho, também foi o espaço de formação acadêmica de seus três filhos e assim como ela, dois deles, tornaram-se servidores da Ufal. Uma vida vivida na universidade como extensão de sua família e também de valiosas amizades construídas e consolidadas. Nesses laços, cita a turma da “Cantina da Amizade” [grupo de servidores que almoçava na copa do Gabinete da Reitoria na gestão do reitor Rogério Pinheiro], de rotineira convivência saudável. São laços também com grandes significados para a sua vida.

 Maria do Carmo reforça a importância da Ufal também como espaço de trabalho que otimizou a sua formação acadêmica, dizendo que teve todo o seu tempo recheado de atividades. Essa foi a questão maior, de suma importância, pois eu nunca soube o que foi ócio: vivi intensamente a universidade. Tive também participação no Corufal quando cursava Direito, minha segunda graduação. Entrei na Ufal como servidora ainda muito jovem, construí minha família, criei meus três filhos. Além das duas graduações, fiz também duas especializações. Gratidão total!”.

Como outro espaço de atividade da servidora técnica-administrativa, por quase 30 anos Maria do Carmo foi parte da comissão do Cerimonial Universitário. Das emocionantes solenidades de colação de grau a eventos e comemorações, mais uma experiência gratificante para a servidora. Uma atividade que proporcionou também acompanhar a importância da Ufal e o seu grande papel em prol da formação qualificada, da ciência e de sua conexão com a sociedade. Ela conta como chegou a esse referenciado espaço institucional de trabalho:

“Minha participação no Cerimonial se deu porque em sendo secretária administrativa da Prograd tinha tudo a ver essa atribuição. O estágio dos alunos por essa pró-reitoria, depois pela Proest, fez com que essas duas pró-reitorias cuidassem da citada atribuição. Depois de alguns anos o reitor Rogério Pinheiro baixou uma portaria criando o Cerimonial Universitário e continuei na comissão até me aposentar. Efetivamente, foram uns 30 anos participando da equipe do cerimonial. Meu tempo na Ufal foi muito bem utilizado em coisas valiosas”, diz.

Para Maria do Carmo, executar as tarefas atribuídas ao Cerimonial da Ufal, significa entrega e amor pela instituição, pela constância de agendamento de eventos. “Um trabalho que tem a confiança da gestão superior, por existir o zelo e o compromisso de fazer o melhor em prol da universidade”. E tece elogios ao trabalho da atual equipe: “Uma comissão que arregaça as mangas” para fazer o melhor, com dedicado trabalho. Que seja baluarte no fazer valer em todas as instituições”.

Atuação coletiva em benefício da sociedade

Das mais de cinco décadas de trabalho de Maria do Carmo na Universidade Federal de Alagoas, 23 anos foram dedicados ao Escritório Modelo de Práticas Jurídicas (Emaj), onde se aposentou. O convite para trabalhar nesse setor recebeu do professor Wlademir Paes de Lira, que lecionava a disciplina Direito da Família, quando ela era aluna do curso.

O Escritório Modelo pertence à Faculdade de Direito de Alagoas (FDA) e realiza, diariamente, atendimentos em prol da sociedade, prioritariamente, para os bairros circunvizinhos ao Campus A.C. Simões. Entre as ações ajuizadas estão: divórcio consensual e litigioso, investigação de paternidade, curatela, reconhecimento e dissolução de união estável, pensão alimentícia, execução de alimentos, exoneração de alimentos e alvará judicial. “Depois do Hospital Universitário, o Escritório Modelo é considerado o segundo maior projeto de atendimento à comunidade carente”, frisa a servidora.

O Escritório Modelo funciona no Fórum Universitário José Cavalcanti Manso, localizado no Campus A.C. Simões e foi criado em 1997, por meio de um projeto didático-pedagógico. É um espaço que beneficia a comunidade pelas múltiplas ações que oferta e contribui com a formação acadêmica dos alunos do curso de Direito da Ufal.  Maria do Carmo aproveita para destacar que no 8º Juizado de Pequenas Causas, espaço também de prática jurídica dos alunos de Direito, as ações são da área de despejo, cobrança, danos morais e materiais, consignação em pagamento, entre outras.  E enaltece o setor:

“O bom do Emaj é que toda a equipe técnica trabalha coletivamente buscando o mesmo objetivo, o de atender bem aos clientes, buscar solução para a causa apresentada e fazer com que os alunos tenham um estágio proveitoso, aplicando o conhecimento teórico à prática ao exercício da advocacia”, frisou. E em sua retrospectiva, relembra um desafiante período, enquanto equipe do Escritório Modelo: “Mesmo com a pandemia da covid-2019, o Escritório Modelo não parou um dia sequer, a prática jurídica dos alunos de Direito continuou em andamento e os clientes assistidos. Não presencialmente, mas on-line, por meio de e-mails, contato telefônico, conversas, na participação das audiências. Tanto no 8º Juizado de Pequenas Causas como na 26ª Vara de Família. A jornada de trabalho foi intensa, tinha hora para começar, às 7h30 da manhã e, pelo volume de atividades, prolongava-se ao longo do dia”, diz a servidora, mostrando do quanto foi gratificante poder atuar em mais um espaço da Ufal que tanto contribuiu para o seu amadurecimento profissional e pessoal, além da efetiva contribuição à sociedade.

 Agora em nova etapa de vida, a recém-servidora aposentada Maria do Carmo diz: “Ainda não me caiu a ficha de estar aposentada, mas encaro um momento esperado. A minha caminhada foi longa. Tenho sã consciência que devo dar tempo ao novo. Espero viver intensamente, mesmo de força moderada, mas com energia, vida e amor”.

E, com toda vivência e experiência, deixa uma mensagem: “A cada servidor da Ufal: se orgulhe da instituição da qual faz parte. Faça valer o concurso a que submeteu, lembrando que existe uma fila de excedentes que gostaria de estar usufruindo o mesmo ”. E finaliza, dizendo:  “Aproveito para citar algo que li escrito por Santo Agostinho: “Só sente saudade quem ama e só deixa saudade quem foi amor. Então, minha caminhada na Ufal foi amor e as pessoas amigas da Ufal, o meu verdadeiro amor”.

Parabéns Maria do Carmo,  por tanta realização de vida pautada num competente, dedicado, exitoso e valoroso trabalho de grande colaboração para a Ufal e de suma importância para a sociedade alagoana! 

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