Professores conquistam aprovações em edital na área de pesca artesanal

Quatro professores do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Unidade Penedo, tiveram seus projetos aprovados no edital Jovem Cientista da Pesca Artesanal, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Juntos, os docentes garantiram um terço do total de 12 projetos selecionados no estado, consolidando a relevância da Ufal nas pesquisas voltadas para comunidades pesqueiras artesanais e na formação de jovens cientistas.

Os professores Alfredo Leandro Borie Mojica, Igor Da Mata Oliveira, Iru Menezes Guimarães e Rômulo Costa Pires Ferreira tiveram seus projetos aprovados e desenvolverão suas atividades na Escola Estadual Correia Titara, localizada no município de Piaçabuçu. Cada projeto contará com quatro bolsistas de iniciação científica júnior, totalizando 16 estudantes do ensino médio da rede pública diretamente envolvidos em atividades de pesquisa.

Projetos aprovados e seus impactos

O projeto Mapeamento de Áreas de Risco de Inundações no Baixo São Francisco, coordenado pelo professor Igor Da Mata Oliveira visa capacitar os estudantes para obter informações geográficas utilizando ferramentas de geoprocessamento que possam ser utilizadas para identificar e mapear áreas vulneráveis a inundações na região do Baixo São Francisco. Os dados coletados poderão servir como subsídio para avaliação e planejamento de adaptação a desastres​.

O estudo liderado pelo professor Alfredo Leandro Borie Mojica, intitulado A pesca do camarão marinho e seus aspectos ecológicos no litoral sul de Alagoas busca avaliar os impactos ecológicos da pesca do camarão marinho na região, analisando aspectos como esforço pesqueiro, sazonalidade das capturas e implicações para a sustentabilidade da atividade.

Outro projeto contemplado no edital é intitulado Avaliação do banco pesqueiro do maçunim Tivela mactroides (Born, 1778) no litoral sul de Alagoas desde o impacto por manchas de óleo que atingiram a costa nordestina. O professor Iru Menezes Guimarães vai coordenar a pesquisa que tem como objetivo investigar os efeitos da contaminação por óleo no estoque pesqueiro do maçunim, uma espécie de molusco bivalve de grande importância para a economia pesqueira local.

Já o professor Rômulo Costa Pires Ferreira é o coordenador do projeto A pesca fantasma e seus efeitos ecossistêmicos na atividade pesqueira de Piaçabuçu, litoral sul alagoano. O projeto abordará os impactos dos equipamentos de pesca abandonados ou perdidos no mar sobre os ecossistemas aquáticos e a produtividade da pesca artesanal na região.

Fomento à ciência e ao desenvolvimento local

O Programa Jovem Cientista da Pesca Artesanal busca incentivar a pesquisa científica entre estudantes do ensino médio de escolas públicas, especialmente aqueles pertencentes a comunidades pesqueiras.

Cada projeto terá duração de 12 meses e contará com apoio financeiro para viabilizar as pesquisas e a capacitação dos estudantes, consolidando a região do baixo São Francisco como um centro de estudos em Ciências Aquáticas e Mudanças Climáticas. “Além do impacto acadêmico, a iniciativa fortalece a articulação entre universidade, escolas públicas e a comunidades pesqueiras, promovendo o uso do conhecimento científico para a solução de desafios ambientais e socioeconômicos”, reforçou o professor Igor.

Os professores responsáveis pelos projetos convidam a comunidade acadêmica e externa a acompanhar os desdobramentos das pesquisas e apoiar a disseminação dos resultados para fortalecer a pesca artesanal e a conservação dos recursos aquáticos em Alagoas.