Som e luta: professora divide tempo livre entre o maracatu e a militância

Adriana Lourenço, do curso de Biblioteconomia, faz parte do Baque Mulheres e da ONG Mães da Resistência

Por Izadora Garcia - Relações Públicas
- Atualizado em 25/03/2025 01h26

Uma rotina extenuante de trabalho somada à jornada de cuidados com a casa e filhos. Essa é uma história que se repete em milhares de lares brasileiros, mas que na vida da professora Adriana Lourenço, do curso de Biblioteconomia, tomou um rumo inusitado. O tempo livre foi preenchido por atividades de muito significado e que deram a docente motivação para continuar: o maracatu e a militância em um coletivo de mães e pais de pessoas LGBTQIAPN+.

Apesar de ter mais atividades, a docente conta que a vida ficou mais leve desde que decidiu se dedicar ao que realmente importa para ela.

“Esses espaços têm sido essenciais. Passei por momentos difíceis de esgotamento que me trouxeram muito prejuízo físico e mental, até que aprendi que apenas descansar fisicamente não é suficiente para descansar a mente. Com a participação ativa em atividades que me fazem bem, sinto-me mais revigorada para enfrentar os desafios do dia a dia”, explicou.

Ao longo de sua trajetória, Adriana percebeu que mesmo as atividades que ela considerava lazer tinham alguma relação com o trabalho, então, decidiu investir em interesses que não estavam diretamente ligados às suas atividades laborais. Foi aí que o gosto pelo maracatu se intensificou.

“Na verdade, desde que me mudei para o nordeste, há 16 anos, o toque do Maracatu me encantou com suas batidas fortes e letras potentes”. Mas foi quando conheceu o Baque Mulher, movimento de empoderamento feminino que surgiu em Pernambuco com a mestra Joana Cavalcante, que Adriana decidiu se arriscar em um novo hobby.

“O Baque Mulher conheci a convite de uma amiga. No início, não achava que conseguiria tocar, pois não tinha familiaridade com os instrumentos, mas com os ensaios e a dedicação das professoras consegui. Além dos ensaios com os instrumentos ainda fazemos rodas de conversa sobre feminismo e a ancestralidade dos toques e das loas que tocamos”, complementou.

Segundo Adriana, que participa dos ensaios aos sábados em uma escola no bairro do Feitosa, em Maceió, fazer parte do coletivo acaba com o cansaço da semana.

Mães da Resistência

Além do maracatu, Adriana também dedica seu tempo livre à militância. Atualmente, ela preside o coletivo Mães da Resistência, que reúne pais de pessoas lgbtqiapn+ que acolhem e lutam pelos direitos de seus filhos, filhas e filhes.

“Nossa ONG é nacional e está em 16 estados mais o Distrito Federal. Participar de mais essa atividade me ensina a importância de nos organizarmos enquanto sociedade civil em torno dessa pauta e do acolhimento diante de uma sociedade preconceituosa e, por vezes, violenta. Como diz o lema de nossa ONG: Se fere a existência de nossos filhos/as/es seremos Resistência”, afirmou.

Segundo Adriana, o importante, ao buscar atividades para praticar no tempo livre, é se manter fiel à própria essência e procurar interesses que sejam genuínos e gratificantes.

“Hoje eu sou a junção de todas essas atividades acrescida da docência, essa sou eu: Adriana Lourenço, ou simplesmente Drilou”, finalizou.

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