Pesquisadora é contemplada em edital com projeto inovador para Neurociência
Projeto pode levar a novas formas de diagnóstico e tratamento de distúrbios neurológicos
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Física estatística aplicada à neurociência é o tema da pesquisa da professora Fernanda Matias, do Instituto de Física (IF) da Ufal. A única do Nordeste contemplada no edital Ciência Pioneira, uma iniciativa do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
O trabalho de Fernanda está entre os 15 selecionados das 198 propostas recebidas e avaliadas por um comitê composto por 30 especialistas de dez países: Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Canadá, Portugal, Chile, Israel, Reino Unido e Argentina, além do Brasil.
Cada cientista receberá R$ 480 mil em três anos para desenvolver seus projetos. Ao todo, serão investidos R$ 7,2 milhões para apoiar pesquisas inovadoras com alto potencial de impacto científico. O projeto liderado por Fernanda propõe usar complexidade e causalidade como biomarcadores para detectar distúrbios neurológicos. O trabalho envolverá alunos de graduação, pós-graduação e pós-docs do Instituto de Física da Ufal, além de colaboradores no Brasil e no exterior.
Os vencedores foram anunciados no último dia 7 de maio, em cerimônia realizada na sede do Idor, no Rio de Janeiro. Além da única representante do Nordeste, também foram contemplados pesquisadores dos estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. As pesquisas contemplam três grandes áreas que compreendem os eixos de atuação da iniciativa: 1) biologia molecular e celular, 2) física e matemática da biologia e 3) neurociência e cognição.
De acordo com o edital, os pesquisadores vão poder poderão usar instalações e equipamentos de laboratórios do Idor e participar de treinamentos, workshops e eventos para desenvolver suas carreiras e a cooperação com outras pesquisas.
Sobre o projeto da Ufal selecionado
A professora Fernanda Matias explica que o projeto aplica conceitos de Física Estatística e Computacional para analisar grandes bases de dados cerebrais. Em particular, a ideia é caracterizar entropia e complexidade em dados abertos de magnetoencefalograma, uma técnica não invasiva e de alta resolução que ainda não é realizada no Brasil.
“Por um lado, buscamos entender e caracterizar a atividade de diversas regiões cerebrais, em diferentes escalas de tempo e tarefas cognitivas. E por outro lado, buscamos encontrar diferenças estatísticas nessas atividades em grupos de pessoas com diferentes doenças neurológicas”, disse e completou: “Os resultados podem levar a novas formas de diagnóstico e tratamento desses distúrbios, bem como uma maior compreensão do funcionamento e do fluxo de informação do cérebro”.
