25 de junho: Neabi aborda saúde da mulher negra e latino-caribenha
Evento reuniu professoras, técnicas e estudantes da Universidade
Nesta sexta-feira (25), celebra-se o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, um reconhecimento à luta das mulheres negras contra o racismo e a desigualdade. Em alusão à data, o auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), localizado no Campus A.C. Simões, sediou a palestra ‘Saúde da mulher negra e latino-caribenha: conquistas e desafios’.
A professora Regla Toujaguez La Rosa, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da Ufal, afirmou que o tema foi escolhido devido a sua urgência. “Vamos abordar um pouco sobre o SUS [Sistema Único de Saúde], sua atuação voltada para a mulher negra, os tratamentos, os desafios enfrentados, as conquistas e políticas públicas existentes hoje. Não podemos deixar de lado, pois é um dos pontos mais urgentes e sensíveis”, ressaltou a docente.
Na mesa da palestra, além da professora Regla, estiveram a médica cubana Merlyn Dianet Benitez, que discutiu os desafios e conquistas da saúde da mulher negra em Cuba; a mestranda Dina Bárbara Aguado Herrera, que apresentou sua pesquisa sobre compostos naturais como candidatos a fármacos no tratamento do câncer; a professora Manuela Callou, que falou sobre o programa de mobilidade estudantil ‘Move La América’; a doutoranda Fernanda Ferreira da Silva, que refletiu sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes no capitalismo contemporâneo; e o Pai Célio, que trouxe saberes tradicionais ao debate, falando sobre saúde nos terreiros e o uso de plantas medicinais.
O encontro foi promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal) e, segundo a coordenadora Nadja Lopes, teve o objetivo de reforçar o poder da existência das mulheres, além de discutir sua importância na sociedade. “Já é muito difícil ser mulher. E ser mulher negra é um desafio dobrado. Então, como sindicato, a gente está sempre trazendo essa pauta, porque é importante discutir, envolver a comunidade acadêmica e a sociedade em geral para refletir, entender a importância da luta da mulher e da mulher negra, em especial”, declarou a coordenadora.
Sobre o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha
O Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é uma data de reconhecimento e luta contra o racismo e a desigualdade social que afetam as mulheres negras em toda a América Latina e no Caribe. A data foi criada em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado na República Dominicana.
No Brasil, a data também homenageia Tereza de Benguela, uma liderança quilombola que resistiu à escravidão no século 18. O dia busca dar visibilidade às vozes, histórias e saberes das mulheres negras, fortalecendo o debate sobre seus direitos, identidade, saúde, educação e papel na construção da sociedade.