Ufal outorga mais dois títulos de professor emérito para docentes do IF e IQB
Antônio Euzébio e Jenner Barreto foram homenageados por suas contribuições ao ensino e à pesquisa
- Atualizado em 21/07/2025 17h02

Na tarde da última quinta-feira (17), os professores Antônio Euzébio, do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), e Jenner Barretto, do Instituto de Física (IF), receberam os títulos de Professor Emérito pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
As honrarias foram outorgadas pelo Conselho Universitário, em 2024, a partir de propostas do IQB e do IF. Antônio Euzébio e Jenner foram reconhecidos por suas trajetórias acadêmicas e, especialmente, pela dedicação ao progresso da Universidade, além do legado deixado nas atividades de ensino, pesquisa e extensão.
A cerimônia teve início com a leitura dos termos indagativos e das resoluções 115/2024-Consuni/Ufal e nº 121/2024-Consuni/Ufal, referentes aos títulos de Jenner Barretto e Antônio Euzébio. Na sequência, foram lidos os discursos panegíricos, relembrando as contribuições dos docentes à universidade e às suas áreas de conhecimento.
Marília Goulart, professora do IQB, relembrou a trajetória do marido Antônio Euzébio, a partir de um compilado de histórias sobre a infância, adolescência e ingresso no mundo acadêmico. “Em resumo, o que eu posso dizer é que ele e viveu e tem vivido uma vida que valeu a pena. Essa é a história de um homem bom, generoso e que, principalmente, ama o que faz”, afirmou.
“Professor Euzébio é um formador de pessoas, ele acolheu, investiu e acreditou na capacidade de estudantes que o procuraram durante décadas. Eu sou uma das pessoas, que recebeu esse apoio, em uma área de formação reconhecidamente árida. Amor, gratidão, respeito são minhas palavras sinceras sobre ele”, concluiu Goulart.
Antônio Euzébio agradeceu e dedicou a homenagem a todos que participaram com ele do desenvolvimento do IQB ao longo dos anos. “Também gostaria de agradecer à Universidade e ao Consuni por esse título. Eu sou muito grato a esta casa e continuarei exercendo a minha gratidão essa gratidão porque foi aqui que eu fiz a minha vida toda: na Ufal, em Alagoas. Eu fui o 13º professor da Química. Todos aqueles que me antecederam, já não estão mais por aqui. 50 anos vão passando e a gente nem percebe. Mas continuarei dando meu máximo e contribuindo com essa instituição”, afirmou.
Em seu discurso, Lenilda Austrilino rememorou os anos de convivência com Jenner Barretto no Instituto de Física. “Jenner é um educador daqueles que transformam aqueles que estão ao lado dele: suas palestras, suas conversas, suas vivências e suas atitudes fazem com que nós caminhemos em direção da mudança. O seu compromisso torna o fazer científico mais interessante”.
A docente também explicou que os alunos sempre elogiavam as aulas de Jenner por sua capacidade de relacionar conceitos abstratos com fatos cotidianos, trazendo a aplicação do que era estudado. “Os estudantes sempre comentavam como as aulas eram ricas em detalhes e como ele contextualizava os conceitos estudados. Por seu compromisso continuo com a formação, sua liderança, pautada na indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão, você nos orgulha e merece esse reconhecimento público e institucional. Que você continue praticando essa educação transformadora que inspira a mudança e continue com sua trajetória tão bonita que nos inspira”, complementou.
“Eu quero agradecer essa grande honra. Minha gratidão a Deus, aos meus pais, aos meus irmãos, minha mulher e colega, nossos filhos, nossas noras, ao nosso genro e aos nossos netos. Minha gratidão a grandes mestres, com meu próprio pai, que foi professor de filosofia da Universidade Federal da Bahia, professor este que me ensinou muito. Ao nosso reitor Josealdo Tonholo”, iniciou Jenner.
O docente também falou sobre a necessidade de continuar acreditando nas mudanças e nas utopias, como forma de encontrar a motivação para as mudanças que se quer ter no futuro. “Mesmo inalcançáveis, as estrelas desempenham um papel. A ingenuidade também é importante. A gente deve acreditar num mundo melhor. Esmorecer jamais”, concluiu.
O reitor Josealdo Tonholo encerrou a cerimônia relembrando a extensa história de companheirismo e amizade que nutriu com os professores desde o início de sua carreira na Ufal.
“Euzébio foi o pai adotivo que eu tive. O Jenner foi o irmão mais velho que eu arranjei aqui. É disso que vive a universidade, de emoções e da dualidade: de um lado, um pensador extremamente otimista. Do outro lado, um experimentalista técnico e obstinado. De um lado um entrópico, porque ele não tem linearidade. Do outro, um entálpico, de uma energia quase que inesgotável”, afirmou, relacionando as personalidades de Jenner e Euzébio, respectivamente, a conceitos da termodinâmica.
“São pessoas que fazem, fizeram e vão continuar fazendo a diferença. Estamos celebrando aqui a ciência séria, a transformação de vida, a mudança que a gente faz no dia a dia, mas só vê o resultado com o passar de gerações. Eu me pergunto quantas famílias tiveram suas vidas transformadas porque algum filho teve a oportunidade de ter cruzado o caminho com o desses senhores”, encerrou o reitor.