Francisca Rosaline Mota é a mais nova professora titular da Universidade

Defesa do memorial acadêmico obteve nota máxima em todos os critérios o que levou a referenciada pesquisadora galgar da classe de professora associada 4 para a classe de professora titular

Por Diana Monteiro - jornalista / Fotos Simoneide Araújo
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Rosaline Mota em sua defesa do memorial
Rosaline Mota em sua defesa do memorial

Em mais de três horas, entre apresentação, avaliação e resultado final, a defesa do memorial da professora Francisca Rosaline Leite Mota foi acompanhada de muita emoção do começo ao fim, retratando, desde a vida familiar à profissional, a exitosa carreira acadêmica, da graduação à pós-graduação até chegar à docência no curso de Biblioteconomia Universidade Federal de Alagoas. Foi com o Memorial Reminiscências Acadêmicas de uma Cearense em Terras Alagoanas, que a referenciada pesquisadora galgou mais um importante degrau acadêmico: passou de professora associada 4 para a classe de professora titular.

A conquista de mais um título na carreira acadêmica de Rosaline Mota, recebendo da banca de avaliação nota máxima em todos os quesitos, é fruto de muita luta com superação de obstáculos, dedicação, empenho, competência e reconhecimento. Mas, como bem afirmou a nova professora titular da Ufal, alcançar cada degrau, além de apoios recebidos e oportunidades, teve a grande importância da escola pública, onde fez todos os níveis de formação. Da graduação em Biblioteconomia, na Universidade Federal do Ceará (UFC), ao mestrado e ao doutorado em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“A escola pública, com todos os seus caminhos aproveitados e oportunizados, foram determinantes na minha vida. Como foram também os apoios recebidos na minha caminhada, assim como, a determinação e a coragem da minha saudosa mãe em parceria com o meu saudoso pai. Foram muitos e difíceis obstáculos que tiveram de ser vencidos e devo muito ao ensino público e gratuito, dos primeiros anos escolares à universidade, da graduação à pós-graduação”, reforçou Rosaline Mota, bastante emocionada, em agradecimentos, durante a defesa de seu memorial, em breve retrospectiva “de sua linha do tempo”.

Cearense da cidade de Maranguape, Rosaline ingressou por meio de concurso público como docente do curso de Biblioteconomia da Ufal e logo chegou à coordenação do curso. A projeção que a graduação e a pós-graduação alcançaram, sem dúvida, tem marca de sua colaboração, sua competência e capacidade de sempre trabalhar coletivamente. Biblioteconomia é uma das graduações do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (Ichca), unidade acadêmica do Campus Maceió, onde também fez parte da direção, como vice e depois como titular. Atualmente é a coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCI). O que faz valer e referendar uma trajetória acadêmica potencializada pelo crescimento como docente, como gestora e, principalmente como pesquisadora, em âmbito local, regional, nacional e também internacional.

“Aqui, nesse momento, para mim é deveras especial. Quem me conhece sabe que eu sou coração. Trabalho e coração e muito coração e trabalho. Então eu vou começar, agradecendo à banca examinadora, por se fazer presente. Antes de mais nada, quero explicar de onde eu vim”, assim começou Rosaline a fazer a defesa de seu memorial, seguindo uma linha do tempo. Ela fez questão de dizer que todo o seu interesse para o campo científico foi despertado como aluna de graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde foi bolsista de iniciação científica.

Experiências, vivências, aprendizados contínuos são rotinas da trajetória de Rosaline Mota, de suas conquistas pessoais e profissionais, marcadas pela abnegação, competência, dedicação e muito trabalho no mundo da pesquisa. A abrangência de sua atuação proporcionaram ações de internacionalização. Em seu caminho exitoso, espaços ocupados, além da docência, no âmbito da universidade e no estado, com várias atividades. Teve também destacado trabalho à frente do Conselho Federal de Biblioteconomia. “Estar à frente do Conselho Federal de Biblioteconomia foi uma atuação de muita relevância na minha vida e de muita luta: defender a sociedade de maus profissionais e dos que nem profissionais são”, frisou Rosaline.

Também fez destaque especial para atividades desempenhadas na Fundação de Amparo de Pesquisa em Alagoas (Fapeal), no setor de Telessaúde do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU), com ações de pesquisa. Dos projetos com o Sebrae-AL e com a Fundação de Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa em Alagoas (Fundepes), atividades com foco na gestão de documentos.

Desde julho desse ano, Rosaline assume outro grande desafio. Foi eleita secretária regional da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência (SBPC), onde já ocupou, em 2023, o cargo de secretária-adjunta regional. “A principal bandeira de trabalho da SBPC é a popularização da ciência”, disse Rosaline Mota, mostrando disposição para mais uma frente de trabalho em sua trajetória profissional docente.

Rosaline reforçou que a sua principal bandeira é a democratização e a popularização da ciência, especialmente levando-a para a educação básica e despertando nas crianças e jovens o interesse em se tornarem cientistas. “Com esse objetivo, aceitei me candidatar como secretária titular da Regional Alagoas e fui eleita. Meu maior sonho é ver crianças, jovens e adultos com os olhos brilhando e com o coração cheios de esperanças e certeza de que a educação é transformadora”, disse com convicção e propriedade Rosaline, por ser um dos exemplos, dentre tantos, do quanto foi determinante para a sua vida o acesso à educação como toda formação no ensino público e gratuito.

Rosaline também contabiliza êxito em projetos de extensão, em conexão com as demandas da sociedade, a exemplo do Painter - Tecnologias para Gestantes. “Coordenei o projeto de Tecnologia de Informação e Comunicação para subsidiar a criação e a divulgação de protocolos de classificação de risco para atendimento e cuidados de gestantes em unidades básicas de saúde de Maceió e Arapiraca”, frisou.

Também colaborou ainda com criação do projeto Anjos do HU, iniciado em 2018 com a professora Lívia Aparecida Ferreira Lemos e a bibliotecária Maria Isabel Calheiros. A ideia foi promover a humanização do atendimento hospitalar, por exemplo, por meio da contação de histórias e outras práticas.

Foram inúmeros os eventos científicos sob a organização de Rosaline, como o Seminário Internacional de Informação, Tecnologia e Inovação (Siti), que este ano chega à sétima edição e se tornou um importante canal de comunicação e proporcionou intercâmbio e rica interatividade entre os participantes.

Avaliação e Resultado

Ao divulgar o resultado da defesa do memorial acadêmico por Rosaline Mota, o presidente da banca examinadora, professor Daniel Flores, anuncia a nota máxima em todas as áreas avaliadas: “Domínio de ideias que tenham dado sustentação a trabalhos, atentando de modo especial para a sua pertinência à área docente; abrangência e evolução de conhecimento na área; contribuição científica técnica; dados da carreira do docente que revela a formação de recursos humanos e orientação acadêmica e adequação do seu conteúdo no tempo e evolução”.

Flores reforçou: “Todos os quesitos do memorial acadêmico da professora Rosaline Mota alcançaram a nota 10”, disse, ao elogiar e parabenizar Rosaline Mota, no que foi acompanhado pelas professoras participantes da banca de avaliação.

Fizeram parte da banca examinadora a professora e diretora do Ichca, Sandra Nunes Leite,(suplente); a professora Virgínia Bentes Pinto, da Universidade Federal do Ceará (UFC), a professora Maria Isabel de Jesus Sousa Barreira, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a professora Laudirege Fernandes Lima, da Ufal, e a professora Maria Lucélia da Hora Sale (suplente externa), da Universidade de Ciências da de Saúde de Alagoas (Uncisal).

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