Programa Ufal e Sociedade entrevista o superintendente do HU
Médico Célio Rodrigues explica como o Hospital Universitário está enfrentando a pandemia de covid-19
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O médico Célio Rodrigues, superintendente do Hospital Universitário Alberto Antunes, explica que o coronavírus se espalha com uma velocidade muito maior do que outras viroses já enfrentadas, por isso exige o isolamento social para ser contida. “Há uma preocupação com a economia, mas é preciso seguir as recomendações do Ministério da Saúde. A tendência do vírus é estabilizar quando chegar no pico do contágio, daqui a dois ou três meses. Esse vírus tem receptores na árvore brônquica dos pulmões, por isso ele causa uma insuficiência respiratória muito aguda”, alertou o médico.
O Hospital estabeleceu uma comissão e um plano de enfrentamento para o coronavírus. “Estamos preparados para receber as pessoas que precisarem de atendimento. O confinamento estabelecido pelo Ministério da Saúde é justamente para evitar que muitas pessoas se contaminem de uma só vez, sobrecarregando o sistema de saúde. Quanto maior o confinamento, mais condições nós temos de atender a demanda que for chegando”, ponderou Rodrigues.
Sobre a Comissão de enfrentamento ao coronavírus no HU, o superintendente informa que é um grupo multiprofissional, incluindo pesquisadores do Hospital e da Universidade Federal de Alagoas. “Essa comissão foi instituída pelo reitor Josealdo Tonholo e fazem parte dela os médicos da nossa equipe de Vigilância em Saúde. Estamos trabalhando em conjunto com pesquisadores da Ufal que estão produzindo Máscaras, Álcool em gel e outros itens necessários, utilizando os recursos que encontramos na Universidade”, ressaltou o superintendente.
Sobre os pacientes de média e alta complexidade, como os que estão fazendo tratamento de câncer, insuficiência renal e outras doenças que debilitam o organismo, Rodrigues garante que todos os cuidados estão sendo tomados para evitar que essas pessoas sejam expostas ao coronavírus. “Não podemos deixar de atender a esses pacientes, porque eles não podem suspender o tratamento. As cirurgias de emergência e os partos de risco estão sendo realizados em áreas isoladas. Em especial, as pessoas que têm doenças respiratórias devem ficar afastadas”, informou o médico.
Os profissionais do Hospital também estão sendo acompanhados para enfrentar inclusive a tensão e a sobrecarga desses dias. “O profissional de Saúde, como qualquer outra pessoa em meio a essa pandemia, também sente medo, também se preocupa com seus familiares. O que estamos fazendo por esses profissionais é protegê-los o máximo que podemos conseguir. Estamos adquirindo mais Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), para reduzir os riscos de contaminação”, destacou.
A quantidade de informações circulando pelas redes sociais, nem sempre de fontes confiáveis, é outra preocupação dos profissionais de Saúde. É preciso seguir orientações corretas de profissionais com capacitação científica. “É importante checar as informações que chegam. Tem muito oportunista no mercado vendendo soros da cura que não existem. Não se deixem enganar. Confie nos profissionais. Tem até venda de álcool gel falsificado por aí, que pode fazer mal. Além das mensagens alarmistas com o objetivo de provocar pânico. A Secretaria de Saúde é que informa a quantidade de casos”, orientou.
Por fim, o superintende do HU convoca a população e a comunidade universitária para contribuírem com o Hospital, principalmente doando sangue. “As pessoas assintomáticas, em condições de doar, venham ao Banco de Sangue, que está funcionando normalmente. Eu também já doei sangue e precisamos de outras doações. Contamos com a solidariedade das pessoas”, ressaltou.