Pesquisadora reflete sobre a violência contra a mulher durante o isolamento social
Andrea Pacheco é professora do curso de Serviço Social e líder do grupo de pesquisa Frida Kahlo
- Atualizado em
As autoridades médicas e sanitárias, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde, indicam o isolamento social horizontal, ou seja, para todas as pessoas que puderem, para reduzir a curva de contágio do covid-19. Nesse momento, a casa é o lugar mais seguro. Mas, e para quem vive em risco no próprio ambiente doméstico?
É esse o questionamento feito pela professora do curso de Serviço Social, Andréa Pacheco de Mesquita, que também é líder do Grupo de Pesquisa Frida Kahlo, sobre estudos de gênero, feminismos e Serviço Social. Ela escreveu um artigo em que analisa a realidade das mulheres dentro do contexto da sociedade capitalista, patriarcal, heteronormativa e racista.
Essa estrutura social que já limita a participação social da mulher, acaba se agravando neste período de confinamento social. “O confinamento da mulher no espaço doméstico não se dá necessariamente de forma coercitiva no sentido do uso exclusivo da força física, mas na forma coercitiva e violenta de depositar na mulher a culpa por todas as fatalidades e infelicidades que possam acontecer na casa”, reflete a pesquisadora no texto.
Andréa Pacheco deixa claro que defende o isolamento social horizontal, mas destaca que exatamente essa necessidade de ficar em casa nos deve fazer refletir sobre o que significa o lar para muitas mulheres. “Será a casa um lugar seguro para as mulheres? Podemos afirmar que se a pergunta é pertinente ao covid 19, a casa é sim o lugar mais seguro, neste momento o confinamento social é a maior arma que temos contra esta pandemia”, ressalta a professora.
Contudo, ela argumenta no texto: “Se a pergunta é mais ampla e inclui a segurança e o bem estar físico e mental das mulheres, os dados que trouxemos no artigo revelam que não. A casa não é o lugar de segurança das mulheres, não é o porto seguro, mas sim, um espaço de confronto, de violência e morte de muitas mulheres”, alerta a pesquisadora.
Leia o artigo completo em anexo