Engenharia do HU garante ambientes seguros para profissionais e pacientes
Trabalho da equipe de engenheiros foi fundamental para adequar espaços que recebem pessoas que testam positivo para covid-19
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Por trás do trabalho dos que lidam diretamente com a rotina de atendimento nas unidades de saúde, há atuação de profissionais que têm como principal missão cuidar do estabelecimento que presta a assistência médica às pessoas.
Nesse período de pandemia, com uma doença altamente contagiosa, a função desempenhada por eles ganha ainda mais importância na garantia de um espaço saudável para trabalhadores e pacientes.
No Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU), o trabalho da equipe de engenheiros foi fundamental para adequar os ambientes que recebem pessoas que testam positivo para covid-19. “Aqui, o papel da engenharia clínica, junto com a civil, mecânica e elétrica, foi essencial para montagem dos leitos. Se não fosse essa equipe, dificilmente teríamos um ambiente trabalhado e estudado dentro das normativas”, explica o engenheiro clínico do HU, Antonio Xavier.
Ele conta que a montagem dos ambientes atendeu a várias resoluções vigentes no país, a exemplo da que regula o quantitativo de equipamentos mínimos que se deve ter em uma unidade de terapia intensiva e a do tratamento de ar nos estabelecimentos assistenciais de saúde.
“Nossa UTI é uma das únicas do Estado que possui o tratamento de ar com classificação de pressões entre os ambientes. Pressões positivas e negativas que visam garantir o fluxo unidirecional do ar para os sistemas de exaustão forçada que possuem os filtros de retenção de particulados, agentes virológicos e bacteriológicos. Tudo isso já constatado e verificado por empresa especializada nesse tipo de análise”, afirma. “Além disso, possui um fluxo de circulação de profissionais e materiais que visam a segurança dos colaboradores”, acrescenta.
A entrada e saída de pessoas, controle de infecção para evitar contaminação cruzada associada ao uso de equipamento médico, além da localização de máquinas utilizadas no atendimento, também são responsabilidades dos engenheiros clínicos. “Nossa função é cuidar de todo aparato tecnológico, de propor soluções para que a equipe assistencial desempenhe o seu papel de forma confiável e segura. Cuidamos do hospital para que os profissionais de saúde cuidem dos pacientes. O nosso paciente é o hospital”, destaca.
Ao falar sobre a atuação da engenharia clínica, Xavier relata que é uma área de trabalho relativamente nova no Brasil, quando comparada a outros países, mas que a cada dia se mostra vital. “Poucas pessoas sabem da existência e da importância desse profissional nas ações desempenhadas nos estabelecimentos assistenciais de saúde. Profissionais da área médica dependem muito da tecnologia para poder desempenhar suas funções. Temos o papel de coordenar essas ações junto com as demais engenharias e o corpo clínico. Somos o elo entre as ciências exatas e da saúde”, afirma.
Ele salienta que, durante a graduação, o engenheiro clínico estuda muitas disciplinas dos cursos da área da saúde e esse conhecimento permite entender as necessidades das equipes médicas. “Conseguimos conversar com qualquer profissional da área, pois durante a formação temos aulas de anatomia, bioquímica, biofísica, fisiologia, fisiopatologia, órgãos artificiais, biossegurança, física médica. Temos que saber o funcionamento do corpo humano para que possamos trazer as soluções da engenharia para a saúde”, declara.
Atuando junto aos demais engenheiros do HU, buscando melhorias para os espaços utilizados por profissionais e pacientes, Xavier afirma que tudo é feito para garantir a segurança. “Aqui no hospital, além de médicos e enfermeiros, tem toda uma retaguarda de engenheiros civis, mecânicos, eletricistas e biomédicos (clínicos) que trabalham para deixar tudo dentro das normas e do padrão a fim de se garantir um ambiente saudável e seguro para todos”, conclui.