Grupo de pesquisa é credenciado como unidade de inovação Embrapii
Ufal está entre as 11 do país selecionadas para receber investimentos em pesquisas de inovação e tecnologia industrial
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Foram 37 propostas e 11 grupos de pesquisa selecionados, em todo o Brasil, que serão credenciados pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Na Ufal, a nova unidade Embrapii em Computação Industrial envolve pesquisadores do Centro de Inovação Edge, que faz parte do Instituto de Computação (IC).
O grupo vai prospectar empresas industriais para identificar oportunidades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico com foco notadamente em inovação. Após a aprovação, a Embrapii financia um terço do valor do investimento e o restante é a contrapartida financeira da empresa que se soma aos recursos não financeiros da Universidade, como mão de obra especializada e equipamentos de ponta.
“A gente fez uma proposta para três anos, baseado no nosso histórico, de fazer a captação de quase R$12 milhões. Essa é a nossa meta enviada para a Embrapii. Fizemos um planejamento que julgamos realista, ficou atingível. Se atingirmos antes do tempo, a Embrapii pode aportar mais recurso, vai depender muito da nossa capacidade de prospecção e execução dos projetos”, destacou o professor Willy Tiengo, envolvido na elaboração da proposta.
O potencial demonstrado com o histórico do grupo de trabalhar com indústria, organização, gerência de projetos, entrega de valor para empresa, estrutura de prospecção e de relacionamento foram requisitos fundamentais para o Edge conseguir o credenciamento.
As etapas do edital exigiram um esforço coletivo dos membros do grupo que contaram com o apoio do Instituto de Computação, do Núcleo de Inovação Tecnológica da Ufal, do Gabinete do Reitor e da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), que fará o gerenciamento administrativo e financeiro dos recursos disponibilizados pela Embrapii e empresa.
“É uma vitória institucional relevante. A Fundepes teve que se adaptar a trabalhar com indústria, a administração da Ufal também precisou se adaptar a esse modelo, e o IC apoiou. Então, é uma vitória coletiva. Isso coloca a Ufal no mapa quando se refere a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação com a indústria”, enfatizou Tiengo.
Expertise e perspectivas
O Centro de Inovação Edge estruturou o laboratório próprio no final de 2015 e logo em 2016 começou a executar projetos. Já são mais de R$15 milhões captados em quase 40 projetos com aproximadamente 20 empresas e, atualmente, conta com a colaboração de mais de 40 pessoas trabalhando com o grupo.
As principais linhas de atuação do Edge são: aplicações de Inteligência Artificial, Sistemas Embarcados com foco em prototipação e automação industrial.
Na frente de governança, captação, interlocução com Fundepes e Reitoria estão os professores Willy Tiengo e Rodrigo Paes. Já a equipe que atua na área técnica é liderada pelos docentes Márcio Ribeiro, Baldoíno Fonseca, Davi Bibiano, Rodrigo Peixoto e Tiago Vieira.
Entusiasmado com o crescimento e reconhecimento do grupo, Willy Tiengo ressaltou a importância da Ufal participar de grandes projetos como universidade de ponta e não só vinculada a outras instituições maiores. Outro ponto comemorado é a possibilidade de absorver os alunos formados no IC que, via de regra, buscavam oportunidades em outros estados ou países.
“A gente começa a reter talentos e repatriar egressos do curso que já estavam fora e viram oportunidade no Edge uma condição de voltar. Então, essa agregação de especialistas na Universidade é uma consequência extremamente interessante de impacto local. E isso tem um impacto também na formação, porque se durante a graduação você tem contato com profissionais, e tem a prática real, num projeto real de uma empresa real, essa experiência é enriquecedora”, comentou sobre a expectativa de aproveitar a mão de obra qualificada pela própria Ufal.
Sobre a Embrapii
A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) é uma organização social que foi criada pelo governo federal que apoia instituições de pesquisa tecnológica fomentando a inovação na indústria brasileira.
Atuando por meio da cooperação com instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, as 11 novas unidades se juntam a seis já credenciadas e vinculadas às universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Santa Catarina (UFSC), do Rio de Janeiro (UFRJ) de Minas Gerais (UFMG), de Uberlândia (UFU) e de Campina Grande (UFCG). No total, a rede conta com 55 unidades.
Potencializado pelo modelo de financiamento, a parceria com os ministérios da Educação (MEC), da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) e da Saúde tem o objetivo de atrair empresas pelo conhecimento existente e por sua capacidade de geração de soluções tecnológicas das novas unidades.