Ex-aluno da Ufal lidera equipe em projeto de respirador mecânico de baixo custo

O sargento Rodrigo Costa teve a ideia de construir o aparelho após um pronunciamento do Ministério da Saúde

Por Pedro Ivon - estagiário de Jornalismo
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O sargento Rodrigo Costa, do 59º Batalhão de Infantaria Motorizado de Maceió, é ex-aluno do curso de Engenharia Química, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e liderou um grupo de cinco pesquisadores na construção de um protótipo de respirador pulmonar de baixo custo, que pode ser uma alternativa aos equipamentos mais caros, usados nos casos graves de covid-19. O equipamento foi batizado de Respiral 2.0 e tem sua produção em torno de R$ 6.500,00.

A ideia de produzir o aparelho veio após o um pronunciamento do Ministério da Saúde, que solicitou à sociedade científica brasileira uma mobilização para encontrar a solução para uma possível escassez de respiradores mecânicos. O valor do Respiral 2.0 tem o seu valor bastante abaixo dos convencionais, que eram comercializados a R$ 60 mil antes da atual pandemia.

Além do militar, que foi o mentor intelectual e coordenador do projeto, fizeram parte da equipe o engenheiro eletricista Thiago Sandes, que também é especialista em respiradores mecânicos; o engenheiro mecatrônico e especialista em eletrônica, Cleberson Machado; o estudante do 7° período de Engenharia Mecatrônica da Unit e especialista em modelagem 3D, Bruno Martinelle; o programador Celso Vasconcelos; e o cientista da computação Wylken Machado, que também é mestre em modelagem computacional. Este, formado também pela Ufal.

O projeto

De acordo com Rodrigo, a pesquisa e sua produção foram realizadas utilizando recursos próprios e frutos de doações. Foram 15 dias trabalhando no primeiro protótipo, que além dos membros citados anteriormente, também contou com Ícaro Santos, que é aluno de mecatrônica da Unit; com o professor Edison Camilo, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), que também é mestre em engenharia da produção; e com Adriano Nunes, que é médico e jurista.

No segundo protótipo, o definitivo, foram gastos dois meses de trabalho contínuo. “As atividades foram realizadas obedecendo todas as normas técnicas nacionais e internacionais, sendo tomado um cuidado especial em face à pandemia, como o uso sempre de máscaras, álcool em gel e o distanciamento necessário”, informa o sargento.

O aparelho de baixo custo tem como princípio de funcionamento o acionamento pneumático e válvulas solenoides, que geram ventilação para os pulmões. Além disso, o Respiral 2.0 também é composto por sensores de fluxo de ar, de pressão e de volume. Para configurar a máquina, os médicos poderão utilizar o display touch, que também integra o respirador.

Com o objetivo de dar suporte aos hospitais públicos e militares durante a pandemia, a equipe pretende doar o Respiral 2.0 para as forças armadas e fábricas de produtos hospitalares que possuam fins filantrópicos.

Para acompanhar mais sobre o projeto, siga o instagram @projeto.respiral.