Grupo de Pesquisa apoia instalação de lavatórios em comunidades de Maceió
Liderada por movimentos sociais, iniciativa busca ajudar moradores que não têm acesso à água
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Lavar as mãos com água e sabão. Uma prática de higiene diária que previne a contaminação por diversas doenças, inclusive, a covid-19. Mas para muitos brasileiros, fazer desse simples ato uma rotina é algo praticamente impossível. É por isso que a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) se engajou em um projeto que leva água e sabão para comunidades carentes de Maceió.
Segundo informações do site do Instituto Trata Brasil, tendo como base o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2018), do Ministério do Desenvolvimento Regional, são quase 35 milhões de brasileiros sem abastecimento de água. Em meio à pandemia de uma doença altamente contagiosa e que tem como uma das principais formas de prevenção a higienização das mãos, esse é um dado que se torna ainda mais cruel.
E é diante dessa realidade que integrantes do Grupo de Pesquisa Nordestanças resolveram somar esforços e se unir ao grupo Resistência Popular de Alagoas, Instituto Ideal, Comitê dos Povos de Alagoas, Movimento dos Povos das Lagoas e à rede Periferia MCZ contra o Corona, para ajudar, de forma emergencial, comunidades de Maceió que não têm acesso à água.
Eles estão adaptando garrafões de água mineral em lavatórios para que os moradores tenham locais disponíveis para lavar as mãos. O lavatório adaptado também é acompanhado de uma garrafa com sabão e é instalado em pontos com grande movimentação de pessoas. “Nós compreendemos que esta ação é emergencial e provisória, pois, na verdade, ela tenta suprir a ausência de pontos de água e saneamento que são de responsabilidade do poder público municipal”, destacou a professora da FAU e uma das líderes do GP Nordestanças, Juliana Michaello.
No total, já foram instalados pelos voluntários 50 lavatórios na Zona Sul de Maceió, distribuídos entre o Vergel, a Levada e o Trapiche. Mesmo de forma improvisada, a docente destaca o quanto a ação é necessária: “No Vergel, por exemplo, há comunidades inteiras sem acesso a saneamento, o que já é um problema na vida cotidiana das pessoas sem pandemia e com o vírus isso se torna questão central, já que a higienização das mãos é uma das ações cruciais de contenção da propagação do vírus”.
Michaello reforça que a iniciativa foi organizada a partir de uma rede que tem a participação de vários movimentos sociais e que o Nordestanças faz parte. “Participamos na criação da campanha, na divulgação e os integrantes da Resistência Popular têm sido bem atuantes, ficando responsáveis pela montagem e as instalações. No momento, a equipe está trabalhando na articulação para ampliar a ação para comunidades da parte alta de Maceió”, informou a professora.
Doação
Gostou da ação e quer ajudar? O grupo está convocando pessoas interessadas em adotar um lavatório popular, por meio da doação de garrafões, garrafas pet, torneiras, água ou sabão.
Para mais informações, acesse as redes sociais dos grupos participantes do projeto (@rpopular.alagoas)