Ex-secretário do Ministério da Saúde participa do Ciseco Entrevista
Wanderson Oliveira integrou a equipe do ex-ministro Henrique Mandetta e tem larga experiência em epidemiologia
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O Centro Internacional de Semiótica e de Comunicação (Ciseco) publicou, no canal do Youtube, uma entrevista realizada pelo professor Marcelo Robalinho, do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), com Wanderson Oliveira, ex-secretário de Vigilância à Saúde do Ministério da Saúde. No vídeo, o epidemiologista faz uma análise da situação da pandemia de covid-19 no país e fala da importância de aliar conhecimento técnico com a capacidade de comunicar para a sociedade, de forma a conquistar o engajamento nas estratégias definidas pelas autoridades em saúde pública.
Um dos principais nomes na equipe do ex-ministro de Saúde, Henrique Mandetta, o epidemiologista tentou não resvalar na crítica política, mas destacou os desafios das estratégias para conter a disseminação da doença e, principalmente, reduzir os casos de óbitos. “Logo no início da pandemia, o governo federal teve dificuldades em se organizar para comprar o material para os testes de Suabe, fundamentais para detectar a evolução das contaminações. Perdemos um período crucial para estabelecer uma estratégia na testagem para acompanhar e conter as possíveis linhas de transmissão”, avaliou Oliveira.
O epidemiologista também apresenta análises sobre o aumento do número de casos da doença, o planejamento em torno do plano nacional de imunização, os desafios das fake news nos entraves para a campanha de vacinação, a carência de uma política de comunicação para o controle e a prevenção do novo coronavírus, as perspectivas com a abertura das escolas e universidades, a comunicação de risco na área e as perspectivas futuras do homem na relação com a coletividade.
Oliveira criticou a ideia de que imunidade de rebanho, ou seja, a defesa de que uma grande quantidade de pessoas imunes numa comunidade, se alcança permitindo um pico de contaminados. "A imunidade de rebanho se conquista com vacina e não com a doença. Era preciso manter também as coletivas técnicas, que acabaram sendo suspensas, para subsidiar a imprensa, que pode colaborar na estratégia de comunicação de risco”, questionou o ex-secretário.
Com as mudanças nas gestões municipais, Wanderson Oliveira destacou a necessidade de revisar os planos de combate à pandemia, dando continuidade às medidas que deram certo e corrigindo as falhas. “Importante também manter essa relação fundamental com a imprensa, porque por meio da mídia o gestor tem que dialogar com a sociedade. São várias técnicas para explicar uma situação tão complexa de forma que as pessoas possam entender e saber como colaborar. As pessoas querem cuidado, querem saber se a gente se importa com elas”, sinalizou.
O ex-secretário também ponderou que desenvolver a vacina é só a primeira etapa. É preciso consolidar uma grande campanha de vacinação. “Acredito no compromisso e competência dos técnicos de instituições do Estado brasileiro, que tem uma contribuição fundamental para a saúde pública, por meio do Instituto Butantan, da Fundação Oswaldo Cruz e todo o Sistema Único de Saúde. O mínimo que nós podemos fazer é reconhecer e respeitar esse trabalho que vem de muitas décadas e valorizar a ciência, essas instituições seculares e confiar nas vacinas aprovadas pela Anvisa. Quem luta contra a vacina está contra a saúde pública brasileira”, finalizou Wanderson Oliveira.
Acompanhe a entrevista neste link