Pesquisadores do Mato Grosso do Sul visitam Ufal e propõem parceria técnica
Principal objetivo foi conhecer melhor o Programa de Expedições Científicas do Baixo São Francisco, a fim de aplicá-lo no Rio Paraguai.
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Apesar de ser o menor bioma brasileiro, o Pantanal tem dois títulos que demonstram sua relevância - Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. A região possui uma grande biodiversidade, mas, assim como o Baixo São Francisco, sofre os efeitos devastadores diretos e indiretos da ação humana.
O desejo, então, de diagnosticar os problemas ambientais enfrentados, conhecendo-os profundamente, e propor soluções baseadas na ciência só cresceu quando os professores Antônio Corrêa e André Julian, da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), conheceram o trabalho das Expedições Científicas do Baixo São Francisco, por meio de um pesquisador e amigo em comum. A partir de então, iniciaram os contatos e reuniões com os coordenadores da expedição, culminando na visita técnica à Universidade Federal de Alagoas (Ufal) nos últimos dias 27 e 28 de outubro.
A intenção é implantar o Programa de Expedições Científicas no Rio Paraguai, e esses dois dias foram fundamentais para esclarecimento de dúvidas e compreensão do que é necessário para que uma expedição seja realizada. Além dos coordenadores Emerson Soares, José Vieira e Themis Silva, expedicionários de diferentes áreas da Ufal participaram também das reuniões, explicando sua atuação e os resultados alcançados: João Soletti, Sandra Carvalho e Mozart Daltro, do Centro de Tecnologia (Ctec), sobre Teor de Óleos e Graxas (TOG) e poluentes emergentes; Élica Guedes, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), na pesquisa com fitoplânctons; Tatiane Baliano, do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), na área de biotecnologia e inovação; Eduardo Lucena, do Ctec, com saneamento rural e a tecnologia social das fossas agroecológicas; a vice-reitora Eliane Cavalcanti, responsável pelo barco da saúde na 5ª Expedição; e Karol Fireman e Abel Lira, das áreas de Enfermagem e Farmácia, respectivamente.
“Fomos muito bem recebidos pelos pesquisadores e pela gestão central da Ufal. Queremos parabenizá-los pelo trabalho realizado na Expedição, que já está na sua quinta edição, por desenvolverem um projeto essencial, não só no sentido de descobrir coisas, mas também de trazer soluções para as problemáticas encontradas no Rio São Francisco, que é um rio tão importante para o Brasil”, destacou o professor e zootecnista André Julien.
De acordo com o professor Antônio Corrêa, o Mato Grosso do Sul é o segundo estado brasileiro em recursos hídricos. O estado tem duas bacias hidrográficas, a do Rio Paraná e a do Rio Paraguai, além do Aquífero Guarani, mas tem sofrido muito com as queimadas nos últimos anos e pelo Pantanal não estar mais alagando. “A UEMS, por meio da Expedição, quer entender essas interações entre o homem pantaneiro, os ribeirinhos e os organismos aquáticos; a qualidade de vida deles; a questão da regeneração da vegetação do pantanal; e, por outro lado, também compreender e ajudar afluentes do Rio Paraguai que também estão muito assoreados, em virtude de políticas públicas erradas que não previram a preservação das margens dos rios”, destacou o professor Antônio Corrêa.
Na oportunidade, também foi proposto pelos pesquisadores da UEMS um termo de cooperação técnica com a Ufal, a fim de facilitar o intercâmbio de professores, alunos e eventos. A proposta foi bem recebida e avaliada: “Temos que investir cada vez mais nessas parcerias, porque ganham as duas instituições. Estamos de portas abertas, aguardando a formalização do convite para dar seguimento à cooperação”, declarou a vice-reitora Eliane Cavalcanti.