Fanut divulga resultados da 1ª etapa da pesquisa nacional sobre sono

Estudo é realizado na Ufal pelo grupo Cronobiologia, Nutrição e Saúde (Cronus)

Por Lenilda Luna - jornalista
- Atualizado em
Professora Giovana Longo-Silva, do grupo de pesquisa Cronobiologia, Nutrição e Saúde (Cronus)
Professora Giovana Longo-Silva, do grupo de pesquisa Cronobiologia, Nutrição e Saúde (Cronus)

O grupo de pesquisa Cronobiologia, Nutrição e Saúde (Cronus), liderado pela professora Giovana Longo-Silva, da Faculdade de Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), divulgou os resultados preliminares da 1ª Pesquisa Nacional sobre Aspectos Cronobiológicos do Sono, Alimentação e Nutrição (Sonar-Brasil).

A pesquisa busca fornecer evidências científicas das relações entre sono e alimentação. “Muitos estudos vêm demonstrando a importância dos horários relacionados ao sono e à alimentação na manutenção da saúde circadiana, assim como as relações bilaterais entre o sono e a alimentação. No entanto, a literatura, especialmente no Brasil, carece de evidências para endossar as hipóteses”, destacaram os pesquisadores.

O estudo está sendo realizado em quatro etapas de coleta de dados, com a participação de pessoas de 18 a 65 anos de idade que residem no Brasil. A primeira etapa ocorreu entre outubro e dezembro de 2021, quando os participantes preencheram um formulário digital. “As próximas ocorrerão entre abril e maio de 2022, janeiro e fevereiro de 2023 e julho e agosto de 2023”, informou a professora Giovana.

Os resultados preliminares da 1ª etapa, revelaram que, dos 821 brasileiros participantes, dos 27 estados, 66,26% apresentam um sono de qualidade ruim ou muito ruim, e 50% referiram que no último mês tiveram dificuldade para dormir por se sentirem ansiosos ou preocupados, isso em um ou mais dias da semana. Com relação aos distúrbios do sono, os mais frequentes foram insônia e roncos, cuja prevalência foi de cerca de 20%.

A pesquisa apresenta ainda dados sobre relações entre sono e excesso de peso, uso de telas e higiene do sono, alimentação e sono. “O consumo de café após as 18h esteve fortemente associado a pior qualidade do sono, representando um risco de quase 300%. Nos finais de semana também observamos que, concomitante ao avanço da hora de dormir e acordar, os brasileiros realizam as refeições principais em horários mais tardios”, destacou a pesquisadora.

Para ter dados mais aprofundados, é preciso que as pessoas se disponham a continuar participando das próximas etapas da pesquisa. A 2ª etapa, que será lançada em abril, vai ser divulgada nas páginas do grupo de pesquisa: Instagram (@cronus_sonar) e canal do Youtube.

Para esclarecer dúvidas e questionamentos dos integrantes, foi disponibilizado o e-mail pesquisasonarbrasil@gmail.com