ETA participa do Fashion Revolution e fará brechó pelo consumo consciente

A Universidade Federal de Alagoas, por meio da Escola Técnica de Artes (ETA), participou de uma campanha do maior movimento ativista de moda no mundo, o Fashion Revolution (FR). Durante os dias 18 a 24 de abril uma extensa rede de parceiros e colaboradores se uniu para realizar ações digitais e presenciais em diversas cidades do Brasil. A programação da ETA em Maceió foi realizada na última quarta-feira (20), e nos dias 27 e 28 haverá um brechó de produtos de vestuário e calçados.

Este ano, o tema Dinheiro, Moda e Poder destacou o conhecimento de que a indústria da moda convencional depende da exploração do trabalho e dos recursos naturais. “A riqueza e o poder estão concentrados nas mãos de poucos, ao passo que o crescimento e o lucro são visados acima de tudo. Grandes marcas e varejistas produzem rápido demais e nos manipulam dentro de um ciclo tóxico de consumo excessivo. Enquanto isso, a maioria das pessoas que faz nossas roupas não recebem o suficiente para atender às suas necessidades básicas e já sentem os impactos da crise climática — que a própria indústria da moda alimenta”, contextualizaram os organizadores.

A programação da ETA contemplou a exibição de vídeos sobre a relação afetiva com o vestuário e teve também a palestra A cor e a Cura: um diálogo entre tingimento natural e as tradições das Benzedeiras, ministrada pelo produtor de moda Manur. Participaram ainda de um edital de moda conceitual a modelo Anália Pontes, a maquiadora Thati Cabral e o fotógrafo Pedro Godoy. O evento foi realizado no auditório da Escola Técnica de Artes da Ufal e exigiu comprovante de vacinação.

A palestra levantou algumas questões para reflexão: Quem fez minhas roupas? Do que são feitas minhas roupas? e Qual a cor de quem fez minhas roupas?. “Os diálogos que criamos são capazes de nos levar a um lugar comum de reflexão e mudança”, destacou Manur, instigando as cadeias produtivas da moda a pensarem: “As pessoas que fazem as roupas merecem condições dignas de trabalho. Como seria o mundo se as marcas restaurassem os sistemas, em vez de esgotá-los? Vamos exigir que as empresas tenham ações com foco na promoção de igualdade racial entre seus funcionários”.

Como parte da programação, nas próximas quarta e quinta-feira, dias 27 e 28 de abril, a ETA e o Senac vão promover um brechó com produtos de vestuário e calçados, na sede da Escola, na Praça Visconde de Sinimbu, das 9h às 19h.

Sobre o evento

A semana Fashion Revolution tem o objetivo de pensar coletivamente um sistema de moda justo e igualitário para as pessoas e o planeta. O evento deste ano aconteceu em datas próximas ao aniversário do desabamento da fábrica de tecidos Rana Plaza, em 2013, em Bangladesh, matando mais de 370 pessoas.

Durante o evento, as marcas são incentivadas a mudar a lógica do crescimento infinito, e os consumidores são convidados a compreender o verdadeiro valor do que compram. No Brasil, as campanhas #ModaSemVeneno e #Canhamoérevolução promovem informações e conteúdos para que a produção de fibras seja repensada, considerando oportunidades que sejam de fato sustentáveis. Para se envolver com a campanha, o Fashion Revolution disponibilizou ferramentas para as pessoas escreverem aos legisladores locais, pedirem maior transparência na cadeia produtiva da moda, apoiar pequenos negócios a criarem suas próprias histórias, se reconectando com as roupas que usam todos os dias.

A programação nacional foi construída por mais de 60 representantes locais e mais de cem embaixadores, entre estudantes e docentes. Em Maceió, a Semana Fashion Revolution envolveu a Ufal e a Unidade Carlos Milito, do Senac. O evento tem como ativistas da moda a representante do FR, professora da ETA, Pollyanna Isbelo, a embaixadora discente Carol Couto e alunas do curso de Produção de Moda da Escola Técnica de Artes da Ufal, as voluntárias: Aline Araújo, Anna Clara Deschamps, Giselle Vicente, Kelly Lidiane, Luciana Torres, Roberta Braga, Shara Cruz, Silvia Santos e Thaiane Ferraz.