Mestra pelo Profnit cria startup para impulsionar liderança feminina na área de tecnologia

Objetivo é inserir e empoderar mulheres para o mercado do empreendedorismo inovador

Por Thâmara Gonzaga - jornalista
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Presente nos 26 estados do Brasil e ofertado por meio de uma rede de colaboração entre 37 universidades federais, estaduais e institutos federais, o Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (Profnit) se destaca por proporcionar uma visão ampliada sobre temas que envolvem a cultura do empreendedorismo inovador. 

O conhecimento partilhado durante o curso proporciona ao estudante fundamentos para intervir na realidade, tendo em vista o desenvolvimento local, regional e nacional. É o que comprova a história da graduada em Geografia pela Ufal e nova mestra pelo Profnit, Gesyca Santos. 

Durante o curso, em 2020, diante dos dados que apontam o baixo número de mulheres nas áreas de inovação e tecnologia, ela e Alessandra Pontes decidiram fundar a startup Mulheres Connectadas. 

“O mestrado Profnit possibilitou que eu tivesse esse olhar mais holístico para o setor da inovação, deu base e sustentação intelectual. Somando-se às habilidades da Alessandra em modelagem computacional, pelo mestrado feito também na Ufal, possibilitou a materialização da solução Mulheres Connectadas”, afirma Gesyca. 

Ela conta que, ao transitar nos ambientes e trabalhar em projetos de inovação, a falta de representatividade feminina nesses espaços as incomodava. “Por isso, resolvemos juntar nossas inquietações, expertises e habilidades para criar essa startup de tecnologia social, pautada nos princípios do ESG [Environmental, Social and Governance) alinhada à agenda 2030 da ONU [Organização Nacional das Nações Unidas], ODS 5 [Objetivos Desenvolvimento Sustentáveis]”, explica. 

Com apenas dois anos de atuação, as fundadoras comemoram os resultados positivos. “A iniciativa já impactou mais de 24 mil mulheres, direta e indiretamente, por meio de capacitações, mentorias, consultorias, conteúdos. O propósito é conectar mulheres que transitam pelos ambientes do empreendedorismo, ciência, tecnologia e inovação para realizarem negócios e que sejam mentoradas em sua jornada empreendedora, por meio de uma multiplataforma digital”, contam. 

Atuando para promover o empreendedorismo feminino e para que mais mulheres assumam posições de liderança, a startup também vem alcançando reconhecimento. “Em 2021, ficamos entre as cinco startups de maior impacto pelo Women Intech Brazil Awards. 

Fomos também uma das premiadas em um Demoday, promovido pela Secretaria de Tecnologia e Inovação do Estado de Alagoas. Hoje, as Mulheres Connectadas é a única startup feminina alagoana a integrar ao Pacto Global da ONU onde tem o compromisso com agenda 2030”, destacam. 

Ações realizadas 

Uma das iniciativas promovidas pelas fundadoras, em colaboração com o Banco do Nordeste do Brasil e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), foi uma jornada para a construção de projetos de inovação tendo em vista o edital Centelha, programa que busca ideias que apresentem potencial de se tornarem um negócio, oportunizando que mulheres submetessem projetos inovadoras. 

“Segundo dados da própria Fapeal, na última edição do Centelha, apenas 23% das ideias submetidas eram de líderes mulheres. Por meio da metodologia desenvolvida e executada pelas Mulheres Connectadas, na edição seguinte, o número subiu para 43% de mulheres líderes em projetos de inovação submetidos”, comemoram. 

Aumentar a inserção das mulheres em carreiras Science, Technology, Engineering and Mathematics (STEM), estimular atividades computacionais em outras áreas, desmistificar o uso de novas tecnologias digitais são outras frentes de atuação da startup alagoana. “As pesquisas confirmam que quem cria o futuro é quem está na liderança e que precisamos urgentemente inserir e empoderar mulheres para o mercado do empreendedorismo inovador”, argumentam. 

E destacam: “As Mulheres Connectadas compreendem que a construção do futuro vem sendo desenvolvida por pessoas brancas e do gênero masculino e que vem lidando com as ferramentas mais poderosas que são as tecnologias. Nós, mulheres, precisamos estar inseridas nos espaços de decisão do empreendedorismo inovador, pois, a igualdade de gênero proporciona criar soluções que contemplem e saciem a necessidade de todos de forma igualitária e democrática”. 

Para saber mais sobre a iniciativa, acesse . 

Profnit com inscrições abertas 

O Profnit é um curso gratuito, presencial, com duração máxima de 24 meses. É coordenado pelo Conselho Gestor (CG) e pela Comissão Acadêmica Nacional (CAN), que operam sob a égide da Diretoria do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec) e do Ponto Focal Sede, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). 

As inscrições para o Exame Nacional de Acesso (ENA) ao Profnit já começaram e devem ser feitas até 22 de setembro na página do programa. 

No total, estão sendo ofertadas 430 vagas, distribuídas entre os pontos focais. Na Ufal, são 12 vagas.

Podem se inscrever candidatos graduados em qualquer curso de nível superior.