HU da Ufal é reconhecido como referência nacional no uso de antimicrobianos

Trabalho realizado pela equipe resultou numa economia de R$530 mil

Por Raoni Santos - jornalista
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O trabalho realizado no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) em relação ao uso de antimicrobianos foi reconhecido pela sede da Ebserh, por meio de comunicação no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) registrado pela Coordenação de Suprimentos e chefe de Serviço de Gestão de Estoque. O controle na administração de medicamentos resultou numa redução significativa de custos. No comparativo entre os primeiros semestres de 2021 e 2022 (antes e após a implementação do protocolo, respectivamente) houve uma diminuição em torno de 40%, na ordem de R$530 mil, nos valores com esses medicamentos.

O fluxo de trabalho envolve a solicitação de consultoria da infectologia, que nesse ponto recebe a orientação da Unidade de Vigilância em saúde, através do SCIRAS,  no Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHUX), sistema usado pelo HU para o controle de prescrições e dispensações de medicamentos. O objetivo é avaliar se o remédio é adequado para aquele caso, evitando assim o uso indiscriminado, num controle que respalda o rigor na conduta terapêutica e agrega a visão de mais um especialista no cuidado junto ao paciente.

Existe uma lista de antimicrobianos de uso restrito trabalhada no HU. São antibióticos de alto custo ou apresentam características específicas que requerem acompanhamento diferenciado. Dentre alguns exemplos estão o voriconazol e a anfotericina lipossomal, antifúngicos que podem ser utilizados em casos de pacientes oncológicos com neutropenia febril. “Não é apenas a doença em si, mas o quadro clínico do paciente também é avaliado para definir a possibilidade de uso desses medicamentos”, explica a chefe do setor de Farmácia Hospitalar, Anna Cláudia Tomaz.

Farmacêuticos atuam ativamente no processo, realizando a triagem das prescrições médicas, podendo fazer intervenções em relação a tempo de tratamento, dosagem, concentração do medicamento e interações. “É fundamental a parceria multiprofissional entre as equipes porque, além da avaliação farmacêutica, temos o parecer específico da infectologia para aquela prescrição de antimicrobianos”, acrescenta Anna Cláudia Tomaz.

Ao prescrever o antimicrobiano, o médico solicita e recebe a consultoria da infectologista Raquel Guimarães (SCIRAS), no AGHUX. Na demanda, o prescritor explica o quadro do paciente, quais medicamentos deseja prescrever, e a infectologia recebe a mensagem dentro do sistema, avalia o prontuário, exames, entra em contato com o médico (caso necessário) e depois faz o parecer no próprio AGHUX. Através do Sistema de Controle de Antimicrobianos (SCA), que fornece dados extraídos automaticamente do AGHUx, os farmacêuticos acessam as informações necessárias para controle da dispensação e monitoramento dos pacientes e seus tratamentos.

Além do reconhecimento pela Ebserh nacional, sendo referência no uso de antimicrobianos, o Hospital Universitário também contribui com melhorias dentro do AGHUX, fato colocado pelos representantes da sede, em contato com a equipe do HU. Tais fatos representam um orgulho para o hospital. “É um trabalho multiprofissional, que envolve todas as equipes: assistenciais e administrativas. Ficamos felizes porque reflete o êxito de todo um trabalho que vem sendo realizado e ter o reconhecimento da sede nos deixa muito grato, motivando-nos a seguir em frente e aplicar mais melhorias”, ressalta Tomaz.