Ufal e Sociedade destaca o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência
Na entrevista, a professora Mônica Araújo fala sobre as ações de incentivo para que as mulheres desenvolvam a carreira acadêmica
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Na data de 11 de fevereiro é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, que foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela Organização das Nações Unidas (ONU) para estimular a participação das mulheres na vida acadêmica e científica.
Isso porque, reconhecidamente, os obstáculos são muito maiores para as mulheres, que desde a infância lidam com as tarefas domésticas e a exigência de formar uma família, papéis tradicionais femininos numa sociedade patriarcal. Mesmo com todos os avanços e conquistas das mulheres, elas representam, no mundo, apenas 30% das pessoas dedicadas à Ciência, segundo dados da Unesco de 2020.
Apesar das dificuldades e preconceitos, as mulheres sempre fizeram Ciência e existem nomes destacados na História, desde Hipátia (ano 350), na Alexandria, até grandes cientistas, como Nise da Silveira, alagoana que na década de 40 do século passado, contribuiu para mudar os rumos dos tratamentos psiquiátricos no mundo.
Destacamos ainda aquelas mulheres cientistas que, recentemente, ajudaram a salvar vidas, durante a pandemia de covid-19, como Nísia Trindade, que presidiu a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesse período dramático, enfrentando preconceitos e negacionistas, para lidar de forma científica com a gestão da crise sanitária, e que agora é a ministra da Saúde.
Na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), temos também mulheres cientistas que foram fundamentais durante o enfrentamento à pandemia, como Eliane Cavalcanti, que agilizou as testagens; Aline Fidelis, que repassou várias orientações sobre medidas sanitárias; Eliane Campesatto, que alertou sobre a ineficiência de fármacos que foram equivocadamente bastante difundidos; Marília Goulart, que em 2021 foi eleita para a Academia de Ciências, entre outras dedicadas cientistas.
Paixão pela Ciência
Nossa entrevistada no programa Ufal e Sociedade, para celebrar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, é a professora Mônica Araújo da Silva, que entrou no curso de Química e Biotecnologia da Ufal em 2006 e, poucos meses depois, começou a ser orientada por outra pesquisadora destacada na nossa Universidade, a professora Simoni Meneghetti.
Na entrevista, Mônica conta como foi o início dessa trajetória como menina da Ciência e como os investimentos do governo federal em pesquisa, na época, contribuíram para que ela se dedicasse a buscar fontes renováveis de energia e se tornasse mestre em Engenharia Química e, depois, no doutorado, em 2018, fosse reconhecida com o Prêmio de melhor tese defendida 2017-2018, no Programa de Pós-graduação em Química e Biotecnologia da Ufal, durante o 4º Simpósio Nordestino de Pós-graduação em Química e Biotecnologia.
Com o mesmo entusiasmo que faz as pesquisas em laboratórios, Mônica dedica-se a formar novos cientistas, em especial, a trazer mais meninas para a Ciência. Em janeiro deste ano, pesquisadoras do IQB realizaram o projeto "De Olho no Óleo", que integra o programa Futuras Cientistas. Estudantes do ensino médio vivenciaram a rotina no laboratório de Química, acompanhadas pelas pesquisadoras Simoni Meneghetti, Tatiane Veríssimo, Janaina Heberle, Monique Angelo e Mônica, nossa entrevistada.
O programa Ufal e Sociedade, entrevistando Mônica Araújo, vai ao ar na segunda-feira (13), às 11h, com reprise às 17h. A pesquisadora fala da necessidade de incentivos para atrair mulheres para a Ciência e formar novas pesquisadoras. Ela destaca os desafios que têm de ser enfrentados na dupla e tripla jornada de trabalho das mulheres e opina sobre o que deve ser feito para reduzir essa sobrecarga e garantir o desenvolvimento pleno das cientistas.
Ouça e compartilhe o programa Ufal e Sociedade, na Rádio Ufal