Após dois anos, HU realiza solenidade de formatura da Residência Multiprofissional
No último 28 de fevereiro formaram-se 20 residentes
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Após dois anos de momentos difíceis com a pandemia de covid-19, 20 residentes da turma 2021-2022 dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Psicologia, Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) se formaram no HU. A solenidade de formatura aconteceu no auditório do HU, na terça-feira, 28 de fevereiro. Os estudantes fazem parte do total de 196 residentes multiprofissionais formados desde 2010 no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Ufal, que tem como espaço de prática o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA).
Conforme citou o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, os últimos dois anos foram muito delicados, em âmbito nacional, em virtude da pandemia, mas também no contexto local, considerando o afundamento na região do Pinheiro, o que afetou a Universidade. Soma-se também a polarização político-ideológica e as crises orçamentária e do abastecimento da ciência e tecnologia.
Nesses momentos, a Ufal não deixou de trabalhar nenhum dia e o HU, durante o período pandêmico, recebeu e cuidou de alagoanos e manuaras. “A Ufal funcionou e deu resultado, o HU atendeu mais do que nunca, e as pessoas tiveram uma oportunidade rara de ver as coisas acontecendo de forma diferente. Tenho certeza de que esses profissionais hoje apresentados à sociedade alagoana se colocam à disposição para os desafios que o nosso sistema de saúde tem a enfrentar”, explicou.
Tonholo avaliou que momentos difíceis foram os de mais aprendizado, e a conclusão da residência, como ciclo a ser fechado, traz várias perspectivas para cada formando. “Apesar do tempo ter sido o mesmo, cada um terá uma história diferente para contar. São ciclos de história, passagem e enriquecimento que fazem a diferença para os profissionais que trabalharão no SUS”, afirmou.
O superintendente do Hospital Universitário, Celio Fernandes, parabenizou os residentes não apenas pela conclusão do curso, mas sobretudo pela contribuição dada ao SUS, ao HU, ao levar levando esperança para pacientes e seus familiares no dia-a-dia, tendo em vista que a turma enfrentou a pandemia de covid-19. O gestor destacou o papel dos residentes como parte de um conjunto que reflete no bem-estar dos usuários, fruto da interdisciplinaridade, que gera ganhos substanciais no aprendizado.
“É com esse orgulho e a contribuição dessa turma vitoriosa que atingimos o índice de satisfação do usuário de 98%, com meses que chega a 100%, e isso é contribuição dos preceptores, professores, residentes e alunos. É algo que podemos dizer que passa de um para o outro, e a forma de ser e de tratar as pessoas se propaga”, completou.
Segundo o gerente de Ensino e Pesquisa, Eurico Lobo, o grande desafio a ser incorporado é a necessidade de enraizar a cultura de formação no ensino, pesquisa e inovação, na qual cada ambiente e momento de intervenção seja um momento de aprendizado. O docente enalteceu a importância de cada residente no papel que já desempenha e irá exercer com mais propriedade na intervenção qualitativa dentro do Sistema Único de Saúde. “O SUS é um patrimônio nosso, da sociedade brasileira, e nós, que fazemos o HU, nos sentimos gratificados e honrados, por termos, em cada um de vocês, um vetor desse compromisso com essa que é a principal missão que cada um de nós tem: engrandecer e dar valor à vida”, acrescentou.
Para a diretora da Escola de Enfermagem EENF/Ufal, Maria Cícera de Albuquerque, tornar-se um residente é ampliar a percepção de cuidado das pessoas em suas necessidades de saúde e que o SUS precisa de profissionais comprometidos com o cuidado integral e em garantir que as políticas de saúde sejam, de fato, efetivadas. Cada formatura na universidade, seja ela graduação ou residência, especialização, mestrado, doutorado, é um ato de resistência, num contexto de dominação entre as pessoas de poder e os oprimidos, o conhecimento é a primeiro campo a ser afetada, vez que as pessoas mais instruídas são aquelas que desenvolvem sua capacidade crítica.
“Que vocês amem o que façam, sejam felizes com o que estão fazendo, mas tenham capacidade crítica de contribuir com o cuidado crítico, reflexivo, e o compromisso de transformar a saúde do nosso lugar, do nosso Estado e país, porque cada residente que chega para cuidar está fazendo um ato de transformação”, afirmou.
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. Parafraseando a escritora goiana Cora Coralina, o residente de psicologia Erivanderson Silva, orador da turma, fez um discurso com muitas referências, destacando o companheirismo, as experiências singulares e esforços para que todos chegassem ao êxito, o que incluiu uma dedicação de 60 horas semanais, plantões de 12 horas seguidos, às vezes em fins de semana e feriados. “De forma geral, posso dizer o quanto cada um de nós cresceu. Muitas foram as inseguranças, medos, receios numa turma com muitas pessoas de fora de Maceió. Mesmo sendo de outro lugar ou daqui, a rotina nos fez sentir saudade da família e de amigos. Aprendemos o quanto éramos grandes quando passávamos por desafios profissionais e pessoais.”, sintetizou.