Colégio Infantil da Ufal comemora tradição junina com muita alegria e inclusão
Crianças participaram da organização da festa que foi inspirada nas tradições populares
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No Colégio de Aplicação Professora Telma Vitória (CAPTV) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), todas as atividades são planejadas dentro da concepção de socializar, criar laços afetivos e interação com o meio ambiente, e todos os motivadores agem para um desenvolvimento integral das crianças. O antigo Núcleo de Desenvolvimento Infantil se tornou Colégio de Aplicação (CAP), em novembro de 2022, e é uma referência na educação de crianças menores de seis anos, atendendo filhos de servidores, estudantes e da comunidade.
As festas da unidade também são pensadas com a proposta de serem participativas e envolverem a família. Não tem o foco tradicional no espetáculo ensaiado para ser apresentado ao público. O momento é de festa com toda a comunidade reunida, para brincar, dançar e cultivar as tradições culturais da nossa gente. Esses foram os ingredientes da Festa Junina realizada na manhã desta quinta-feira (22).
Elis Lopes é mãe de uma criança de quatro anos, pela cota comunitária. Ela considera que as atividades festivas na unidade são inclusivas. “A gente se diverte juntos. Eu tenho dois filhos, o primeiro já estudou aqui e agora está o segundo. Garanto que é uma das melhores escolas da região. Meu filho quando entrou aqui, nem falava muito. Ele se desenvolveu bastante com atividades dinâmicas e socializadoras”, destacou Elis.
Quezia Noemi Lima é estudante de Pedagogia da Ufal e mãe de uma menina de dois anos. Contar com o apoio do CAPTV é fundamental para que ela possa estudar com tranquilidade enquanto a filha está num ambiente acolhedor, seguro e que contribui na formação da menina. “A parceria entre família e escola é fundamental para que o projeto pedagógico dê certo. A minha filha adora esse lugar. Ela não para de brincar desde que chegou na festa. Gosto de vê-la assim, tranquila e feliz”, destacou a estudante.
A funcionária pública da Ufal, Thâmara Gonzaga, também fica feliz de contar com esse ambiente educacional para as duas filhas, de dois e cinco anos. As meninas estavam se divertindo na festa. “Nada aqui é aleatório, tudo é uma construção e tem uma proposta pedagógica e social. A minha filha do maternal participou de um projeto chamado Passarinhar, no sentido de alçar novos vôos, sair do seio familiar, ter o primeiro contato com outras crianças e adultos. O resultado do trabalho, que teve colagem, música, pintura, está aqui exposto na festa junina”, contou Thâmara.
Outro aspecto positivo que Thâmara destaca na festa junina é a espontaneidade. “Não tem aquela pressão para se apresentar, não tem palco, é uma roda onde todos participam. Porque tem criança que aceita bem a exposição, tem outras que se intimidam com apresentação para o público. Algumas ficam soltas, outras preferem ficar perto dos pais. E tudo isso bem à vontade e com segurança. Então eu fico muito feliz com esse respeito à criança. Nada aqui é obrigado”, ressalta a servidora.
Fábio Leandro é auxiliar de recreação do CAPTV há 16 anos. Ele foi um dos organizadores da decoração da festa. “Pensamos em usar a temática da xilogravura e da literatura de cordel, que são tradições nordestinas. As crianças ajudaram. Tem as mãos delas em todos os lugares, inclusive na trança das palhas de coqueiro que a gente ensinou como fazer. Os murais com as fotos de cada turminha também foi uma forma de retratar o cotidiano delas aqui no Colégio”, detalhou o funcionário.
CAPTV se prepara para crescer
Aline Ferreira estava muito feliz com a animação de toda a comunidade escolar na festa junina. A unidade está numa transição para funcionar realmente como um Colégio de Aplicação. “Queremos expandir o atendimento às crianças e ampliar o número de vagas. Temos hoje cinco turmas: maternal 1, maternal 2, duas turmas de 1º período e mais uma de 2º período. São crianças que ingressam a partir de 2 anos e 6 meses, e ficam até os 6 anos. Atualmente, não ofertamos o ensino fundamental. Como Colégio de Aplicação, as possibilidades de ofertar novas turmas se ampliam”, projeta Aline.
O projeto da direção do Colégio é conseguir ofertar vagas desde o berçário. “Sabemos que tem demanda. Existem poucas unidades próximas à Ufal que recebem bebês. É uma grande dificuldade para as mães que são nossas estudantes, servidoras e até para as mulheres da comunidade do entorno. Todos os dias recebemos visitas, ligações e mensagens de mães procurando vagas a partir de seis meses. Queremos implantar esse atendimento e depois ampliar para o ensino fundamental 1, depois o dois e chegar até o ensino médio”, planeja a diretora.
Aline visitou algumas experiências em outras universidades. “Queremos desenvolver esse projeto de acompanhar os bebês até o final do ensino médio e depois eles seguem na na graduação e pós-graduação. Conhecemos alguns colégios que fazem essa oferta de matrículas para todas as etapas da formação escolar. Nesse novo formato, para o futuro, a oferta de vagas será ampla, sem reserva de vagas para filhos de estudantes e servidores. Será por demanda, com universalidade das vagas”, pontua a diretora
Os planos preveem entrar na matriz orçamentária da Ufal, reivindicar vagas nos próximos concursos públicos e projetar a ampliação da estrutura física. “A expectativa é que a partir de 2024 já tenhamos recursos próprios para administrar o Colégio. Atualmente, vivemos de doações da Ufal e de parceiros. Também queremos que esse seja um campo de estágio para os estudantes da Ufal. Aqui podem ser realizadas pesquisas, projetos de extensão de vários campos, além da Enfermagem e Educação Física que já tem atividades conosco”, relata Aline.
O CAPTV atende doze crianças autistas, o que exigiu uma especialização da equipe. “Participamos de um curso que incluiu professoras, auxiliares, gestão. Esse projeto foi realizado com a professora Chrystiane Toscano, do Instituto de Educação Física da Ufal. Também temos um projeto permanente com o professor Alexandre Bulhões (Ufal) e uma parceria na área de Fonoaudiologia com a Uncisal. Todas essas experiências são muito importantes para o nosso trabalho”, finaliza Aline Aderne.