Mãe Neide d’Oxum e Sidnei Nogueira confirmados na Bienal de Alagoas

Dois nomes de peso do ativismo negro participam do maior evento cultural e literário do estado em agosto

Por Deriky Pereira – jornalista
- Atualizado em
Mãe Neide Oyá d’Oxum e Sidnei Nogueira
Mãe Neide Oyá d’Oxum e Sidnei Nogueira

A programação da 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas ganha o reforço de dois importantes nomes do ativismo negro: Mãe Neide Oyá d’Oxum e Sidnei Nogueira. Ambos confirmam presença no maior evento cultural e literário do estado, no período de 11 e 20 de agosto, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no bairro de Jaraguá, em Maceió. A entrada é franca.

Natural de Arapiraca, Mãe Neide mantém um Centro de Cultura Afro - Centro Espírita Santa Bárbara, no Conjunto Village Campestre, parte alta de Maceió, onde realiza diversos cursos e oficinas profissionalizantes, trabalhando em prol da melhoria da comunidade.

Em 2014, recebeu o título de cidadã maceioense; um ano antes já havia recebido o título de cidadã Palmarina. Em 2017, o título de melhor chef alagoana e, no ano seguinte, foi eleita Embaixadora da Gastronomia Alagoana a partir de sua relação com a culinária de tradição quilombola feita em seu restaurante, o Baobá. Já em 2021, Mãe Neide foi eleita a melhor chef do país, sendo a única mulher negra e nordestina a chegar à última fase da disputa.

Patrimônio Vivo de Alagoas, por sua contribuição com a cultura local e sua relação com a cozinha, Mãe Neide Oyá d’Oxum chega à programação da Bienal 2023 para lançar seu aguardado livro de receitas. Acompanhe mais sobre a gastrônoma e ialorixá alagoana clicando aqui.

Já Sidnei Nogueira é graduado em Letras pela Universidade Braz Cubas, tem mestrado e doutorado em Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo (USP) e finalista do Prêmio Jabuti de 2021 na categoria Ciências Humanas. É membro da Ocupação Cultural Jeholu, além de ativista e escritor dos livros "Coisas do Povo do Santo" (2011), que leva o selo da SRS Editora e "O que é Intolerância Religiosa" (2020), lançado pela Coleção Feminismos Plurais, idealizada pela também ativista negra Djamila Ribeiro.

No livro, Nogueira apresenta, dentre outros pontos, a investigação de denúncias ligadas à temática religiosa a partir do Disque 100, um serviço do governo federal que recebe queixas sobre as violações dos direitos humanos. Foi a partir daí que o ativista e escritor apresentou importantes discussões sobre a hegemonia branca e o racismo religioso, além de mostrar como a encruzilhada é um lugar de muitas possibilidades de vida.

Acompanhe mais sobre o nosso convidado clicando aqui.

Sobre a Bienal

A 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é uma realização da Universidade Federal de Alagoas e do Governo de Alagoas, com apoio da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e Sebrae.

Sob a coordenação da professora Sheila Maluf, o evento tem ainda apoio do Sesc, Natura e Instituto Natura, Hotel Ponta Verde, Empresa Junior de Arquitetura e Engenharia Civil (Ejec) e outras instituições.

Veja as novidades no site e acompanhe também as redes sociais do evento: @bienaldealagoas no Instagram, Twitter e Facebook.