Ufal e Unicef debatem saúde mental para jovens e adolescentes
Objetivo foi construir propostas para a elaboração de uma política pública efetiva de saúde mental
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No último dia 28 de setembro aconteceu na sede da OAB/AL, a 1ª Conferência Livre Nacional de Saúde Mental, realizada pela Rede Pode Falar / Unicef em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) através das ações de extensão do Grupo de Pesquisa Rede Questões Geracionais e Políticas Públicas da Faculdade de Serviço Social (FSSO). Também participou da coordenação do evento o Fórum de Erradicação do Trabalho Infantil e a Secretaria estadual de saúde.
O objetivo do evento foi construir um lugar de fala para adolescentes e jovens dentro do tema da saúde mental, além de criar propostas para a elaboração de uma política pública efetiva de saúde mental direcionada às necessidades deste segmento geracional. Durante a conferência, adolescentes e jovens participantes elaboraram e discutiram propostas de políticas públicas no âmbito da saúde mental.
“Foi um evento híbrido de âmbito nacional e contou com a participação dos estados de Alagoas, Pernambuco, Manaus, Rio de Janeiro, Ceará e Maranhão. Na ocasião participaram cerca de 120 adolescentes de vários municípios de Alagoas: Marechal Deodoro, Maceió, Delmiro Gouveia, Rio Largo, Quebrangulo, Inhapi, dentre outros”, informa a professora Márcia Iara Costa, coordenadora do Grupo de Pesquisa Rede Questões Geracionais e Políticas Públicas.
Ela ressalta que o Grupo de Pesquisa Redes Questões Geracionais e Politicas Públicas vinculado a FSSO foi quem organizou o evento em nível local, contando com o apoio de instituições parceiras como o Forúm Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil e de Proteção ao Adolescente Trabalhador (Fetipat), a AMA, OAB, Famecal, Sesau e Unicef.
“Tratar da saúde mental de adolescentes e jovens é fundamental, especialmente num contexto em que os processos de adoecimento assumem dimensões exponenciais e precisam de respostas por parte do estado. Ao longo da história, crianças e adolescentes com sofrimentos psíquicos têm sido invisibilizadas no âmbito da saúde mental”, explica a professora.
De acordo com o Unicef, cerca de um em cada sete meninos e meninas com idade entre 10 e 19 anos vivem com algum transtorno mental diagnosticado. Quase 46 mil adolescentes morrem por suicídio a cada ano, uma das cinco principais causas de morte nessa faixa etária.
Tais dados são reiterados através do projeto de extensão podefalar/Maceió. O Projeto tem tuas linhas: uma é o canal de atendimento on-line e outro são ações socioeducativas. Participam do projeto estudantes de graduação da Faculdade de Serviço Social e de Pedagogia.
“No atendimento on-line eles prestam escuta acolhedora a adolescentes e jovens com idades entre 13 a 24 anos. Dentre as situações que emergem no atendimento merece destaque os casos de violência sexual, inclusive intrafamiliar, homofobia, sofrimentos causados pelo fim do namoro, ideação suicida, racismo e violência doméstica. Os adolescentes e jovens do projeto são atendidos de forma anônima através das plataformas digitais - whatsapp, Instagram e Twiter. São atendimentos cruciais e que muitas vezes contribuem de forma decisiva para quem precisa apenas ser acolhido. Além da escuta os ‘atendentes’ orientam sobre encaminhamentos à rede de serviços”, explica a professora.
Ao fim dos trabalhos foram eleitos três candidatos a delegados para representar Alagoas na Conferência Nacional de Saúde Mental que será realizada em Brasília pelo Conselho Nacional de Saúde. Os resultados apresentados pelos estados participantes do processo comporão o relatório final de saúde mental que será encaminhado para o Conselho Nacional de Saúde/ MS. A adolescente de 17 anos Yasmin Lopes Figueiredo, estudante da cidade de Rio Largo, representará Alagoas enquanto delegada na conferência nacional. “Os facilitadores e coordenadores dos grupos também eram os discentes e profissionais do grupo de pesquisa. Estes tiveram um papel fundamental para a realização do evento. A extensão se materializa com participação ativa dos estudantes em defesa de uma sociedade justa”, destaca.
Cerca de 12 estudantes de graduação dos cursos de Serviço Social, História e Pedagogia da Ufal que integram o projeto de extensão Pode falar Maceió (Procaext), executado pelo Grupo de Pesquisa Redes Questões Geracionais e Políticas Públicas fizeram parte do processo na qualidade de facilitadores, coordenadores, e relatores das oficinas. Também estiveram presentes a coordenação do Fórum de Erradicação do Trabalho Infantil representado por Nelma da Glória Nunes e a secretária de estado da saúde, a assistente social Hozana França e Tereza Cristina Tenório.
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