Circuito Penedo de Cinema 2023 abre programação oficial e acontece até dia 19
Primeira exibição na cerimônia de abertura foi o longa Retratos Fantasmas
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A cidade de Penedo, mantendo viva sua tradição cultural, deu início ao Circuito Penedo de Cinema 2023, na segunda-feira (13). A programação, cem por cento gratuita, segue até o dia 19 de novembro, contando com a exibição de 14 longas-metragens e mais de 100 curtas — o maior número da história do evento. O Circuito celebra sua 13ª edição com a reinauguração do Cine Penedo, onde ocorreu a cerimônia de abertura e foi a única sala de exibição durante o primeiro dia de programação, concentrando o público num local importante para a cultura e a memória da região.
A cerimônia de abertura do evento realizado pela Universidade Federal de Alagoas e parceiros, contou com a presença do coordenador-geral do Circuito Penedo de Cinema, professor Sérgio Onofre; do reitor da Ufal, Josealdo Tonholo; da Secretária de Educação Superior do Ministério da Educação, Denise Pires Carvalho; da vice-reitora, professora Eliane Cavalcante; do prefeito de Penedo, Ronaldo Lopes; da secretária de Estado da Cultura, Mellina Freitas; da representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Janaína da Silveira; do representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, João Ademar; do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Maciel Oliveira; e do coordenador-geral da Unidade da Ufal em Penedo, professor Expedito Cavalcante.
Durante a solenidade, Josealdo Tonholo ressaltou a importância da reabertura do Cine Penedo. “A reinauguração deste equipamento cultural é um marco para a nossa Universidade, para a cidade de Penedo e, principalmente, para o povo penedense, que terá de volta o tão querido Cine Penedo”, reforçou o reitor, ao destacar os planos da Ufal para o espaço recém-inaugurado: “Faremos deste cinema um braço da Universidade, para promover cultura, conhecimento e lazer ao povo de Penedo e de Alagoas”.
O primeiro filme exibido foi Retratos Fantasmas, documentário lançado neste ano e dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho. Ambientado no centro de Recife, durante o século 20, o filme reúne imagens de arquivo, em seus 93 minutos, a fim de explorar a história do centro urbano do lugar, mas contada a partir das salas de cinema que movimentavam a população e ditavam comportamentos — de forma parecida com o que ocorreu em Penedo até o início da década de 1980, quando as atividades do Cine Penedo foram encerradas.
Penedo viveu sua efervescência cultural entre as décadas de 1970 e 1980, época em que o Cine Penedo marcou presença no Festival do Cinema Brasileiro que acontecia na cidade. Era aqui, às margens do Rio São Francisco, onde a sétima arte encontrava seu palco. E a cerimônia de abertura do Circuito reviveu esse momento histórico com um minidocumentário que retratou histórias de antigos frequentadores da sala de exibição durante os seus tempos de ouro, que, hoje, prometem ser retomados. Relatos emocionados, cheios de nostalgia e histórias carregadas de felicidade.
O coordenador-geral do Circuito Penedo de Cinema, professor Sérgio Onofre, comentou, com emoção, o retorno da sala de exibição após tantos anos. “É uma sensação indescritível. Tanto para nós, que estivemos à frente do projeto, quanto para a população, que se beneficiará com a volta do Cine Penedo”, declarou Onofre.
E completa, emocionado: “São lembranças, momentos vividos e dias de esperança para a nossa cultura. Penedo ganha, hoje, um filho que há muito tinha partido e retorna para o lugar de onde não deveria ter saído!”
Vale destacar que o município de Penedo foi anunciado, neste ano, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), órgão da ONU, como integrante da Rede de Cidades Criativas, na categoria cinema, o que reforça a importância cultural do local, que sedia o maior evento cinematográfico do estado de Alagoas.
Ao fim da cerimônia de abertura do evento, o público ainda pôde assistir à exibição de mais um longa-metragem, O Sequestro do voo 375. O filme conta a história real de Nonato, um homem em busca de oportunidades, que, num momento de fúria contra a situação política e econômica do país durante o Governo Sarney, sequestrou o voo 375 da Vasp e ordenou que o piloto jogasse a aeronave contra o Palácio do Planalto, em Brasília.