Programa Ufal e Sociedade alerta para a poluição grave na laguna Mundaú
Emerson Soares desabafa: “nossos relatórios, muitas vezes, nem lidos são pelas autoridades”
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A defesa do complexo estuarino lagunar Mundaú-Manguaba é urgente e tem que mobilizar pesquisadores, ambientalistas e toda a sociedade. O alerta é feito pelo professor Emerson Soares, pesquisador da área de Ecologia Aquática, no programa Ufal e Sociedade, que vai ao ar a partir de segunda-feira (18), às 11h.
Emerson ressalta que esse ecossistema, considerado um dos mais importantes de Alagoas, e fonte de alimento e renda para milhares de famílias de baixa renda, sofre degradação muito antes do crime ambiental que provocou o rompimento da mina 18 na laguna.
Um dos grandes problemas da laguna Mundaú, já bastante estudado, analisado e divulgado, é a contaminação por esgotos não tratados e agrotóxicos. A degradação da Mundaú é crônica, assim como a ausência de uma política pública efetiva para reparar a situação. “Nossos relatórios, muitas vezes, nem lidos são pelas autoridades”, desabafa o pesquisador.
Na laguna Mundaú, existe um somatório de problemas. “Nestas águas, já encontramos solventes, compostos de Btex (iniciais dos nomes dos seguintes hidrocarbonetos: Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos) e lançamento de esgotos não tratados”, denuncia Emerson Soares.
O professor alerta que alguns dos produtos encontrados na laguna são altamente cancerígenos. “Já encontramos ali fluoroacetamida, DDT, endrin… são pesticidas, herbicidas e defensivos agrícolas lançados de forma irregular. Esse material chega na laguna através do rio Mundaú”, relata Emerson.
Emerson enfatiza que os problemas são muito anteriores às minas da Braskem e as pessoas estão adoecendo. “Eu costumo dizer que a grave situação da laguna é uma bomba atômica prestes a explodir. Tem cianobactérias em alta concentração e bioacumulação de metais pesados”, sinaliza o pesquisador.
Segundo Emerson Soares, é preciso ter um programa sério de saneamento básico, não só em Maceió, mas em outras cidades das margens da laguna, como Coqueiro Seco, Santa Luzia do Norte, e demais. Essas e outras orientações são colocadas pelo pesquisador no próximo episódio do programa Ufal e Sociedade.