Breno Altman participa de aula sobre a Palestina e lança livro em Maceió

Atividade é organizada pelo Comitê de Solidariedade à Palestina da Ufal e acontece no dia 22 de abril

Por Lenilda Luna - jornalista
- Atualizado em
Breno Altman (Alexandre Garcia - fotógrafo)
Breno Altman (Alexandre Garcia - fotógrafo)

O Comitê de Solidariedade à Palestina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realiza, no dia 22 de abril, às 18h, um aulão sobre a Palestina com o lançamento do livro Contra o Sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista, de Breno Altman. A atividade será na Ufal, em local a definir. As inscrições estão abertas pelo formulário.

Será como uma aula inaugural, segundo informam os organizadores. O livro do jornalista Breno Altman, que é judeu, já foi lançado na Universidade de Brasília (UnB), em fevereiro deste ano. Outras Universidades também já organizaram debates para lançar o livro, que “surge no contexto da recente agressão promovida pelo governo de Benjamin Netanyahu ao povo de Gaza”.

Sobre o livro

Segundo os organizadores do lançamento, com este livro, “Breno Altman busca discutir as estratégias sionistas contra o povo palestino, mostrando o quão racistas, violentas e colonizadoras são essas práticas. Começando por explicar o que é o sionismo, o autor explicitou o atual contexto de agressão contra os palestinos, desfazendo estereótipos e constatando o apharteid e a limpeza étnica gerados pelas ações do Estado de Israel.

No Brasil, Breno Altman tem se transformado num ícone contra o genocídio do povo palestino, conforme informam os integrantes do Comitê. “Ele está sendo perseguido, especialmente pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), que protocolou vários processos contra ele. Breno chegou a ser vítima de um Inquérito na Polícia Federal. Isto faz parte das estratégias de silenciamento e censura impostas àqueles que se posicionam contra o Estado Sionista. Dado o destaque que Breno Altman tem na mídia progressista, ele tem sido intensamente atacado pelos adeptos do regime de Benjamin Netanyahu”, informa a professora Monique Aguiar, integrante do Comitê.

Comitês de Solidariedade

Os Comitês de Solidariedade à Palestina estão sendo formados em várias universidades para denunciar que não há uma guerra simétrica entre os dois Estados. “Trata-se de um genocídio de uma potência militar contra uma população desarmada. O massacre, que já ultrapassa 30 mil mortos e 70 mil feridos em Gaza, atinge milhares de crianças e mulheres civis”, denunciam os organizadores.

Os integrantes do Comitê de Solidariedade detalham ainda que o livro de Breno Altman “explora as diferenças entre judaísmo e sionismo, analisa como o sionismo se transformou em uma ideologia racista, colonial e teocrática; e aponta como o resultado o regime de apartheid que oprime o povo palestino de diversas formas”.

Breno Altman tem enfrentado críticas de antissemitismo por sua posição crítica ao sionismo. Segundo o Comitê de Solidariedade, são críticas infundadas, geradas pela distorção das posições em defesa do povo palestino. “Junte-se a nós para o lançamento do livro. Será uma oportunidade para debatermos e refletirmos sobre a questão palestina e o sionismo”, convidam os integrantes do Comitê.

Segundo a professora Monique Florencio de Aguiar, do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Ufal e também membra do Comitê de Solidariedade da Ufal, Breno Altman vem qualificar o debate e complexificar versões simplistas. “É importante que este livro de Breno Altman seja lançado na maior quantidade de locais possíveis, em favor da divulgação do sofrimento e da injustiça pelos quais passa o povo palestino”, afirma ela.

Monique conta que começou a integrar o comitê “mais como militante que cientista, pois a causa Palestina é uma questão humanitária”. Monique, que é líder do Laboratório de Análises em Cultura, Estado e Poder (Lacep), destaca que levar informações e perspectivas diferenciadas para Maceió é muito importante. “Para quebrar com visões elitistas muito comuns, que são repercutidas nos diversos extratos por puro desconhecimento, e fazem as pessoas serem contra movimentos sociais e embarcarem em argumentos disseminados pela grande mídia, sem questionamentos ou olhar crítico”, finaliza ela.