Programa Ufal e Sociedade reflete sobre os 60 anos do Golpe Militar

O pesquisador em História, professor Rodrigo Costa, fala sobre a pesquisa que fez com foco nos acontecimentos em Alagoas

Por Lenilda Luna - jornalista
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No dia 1º de abril deste ano completam-se 60 anos do Golpe Civil-Militar que instaurou uma Ditadura que durou 21 anos no Brasil, de 1964 a 1985. O professor e pesquisador, Rodrigo Costa, pesquisa a História do Brasil Republicano e faz, no programa Ufal e Sociedade da próxima semana, uma reflexão sobre o que significou o golpe para os brasileiros e os principais acontecimentos em Alagoas.

Rodrigo José da Costa é graduado em História pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), mestre e doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e atualmente é professor de História Moderna e Contemporânea no Curso de História do Campus Sertão da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Ele faz uma análise da vida política conturbada de Alagoas e como foram os efeitos do Golpe no estado.

O professor traz, para os ouvintes, algumas informações e reflexões da dissertação de mestrado, apresentada em 2013, com o título: O golpe civil-militar em Alagoas: o governo Luiz Cavalcante e as lutas sociais (1961-1964). Ele destaca a disputa dos projetos antagônicos entre os setores conservadores e os progressistas, que foram agudizados com a deflagração do golpe.

Rodrigo ressalta que, apesar de Alagoas ter sido identificado como um estado conservador, sempre teve uma forte presença da atuação de grupos que resistem ao domínio dos latifundiários e grandes empresários, combatendo a exploração da classe trabalhadora. Ele conta também como o plano de modernizar a economia, proposto pelo governador Luiz Cavalcante, acabou levando o líder político a apoiar o Golpe Militar.

O Historiador também propõe uma reflexão sobre como as feridas abertas pelo golpe de 1964 ainda ecoam na conjuntura política atual, onde novas conspirações surgem e colocam em risco a república democrática brasileira. “Ainda hoje buscamos reparação para os mortos, torturados e perseguidos pela Ditadura Militar. Essa impunidade estimula projetos golpistas”,  alerta o pesquisador.

Rodrigo lembra que o trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV), criado em 2011, teve suas atividades em dezembro de 2014, mas ainda há muito o que analisar nos arquivos da Ditadura para exigir reparação. Um decreto para recriar a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos está sendo analisado pelo governo Lula.

 Confira aqui a Dissertação do professor Rodrigo Costa.