Alimentação Cardioprotetora é tema de série especial da Fapeal em Revista
Em quatro episódios, Sandra Mary Vasconcelos, da Faculdade de Nutrição, trouxe importantes alertas sobre infarto, AVC e as refeições do nosso dia a dia
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que milhares de pessoas vão a óbito no Brasil por conta de doenças cardíacas. A Doença Arterial Coronariana (DAC) lidera o ranking das mais fatais, seguida pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC). Além disso, nos últimos 14 anos houve redução significativa em hospitalizações por insuficiência cardíacas, mas ocorreu aumento por infarto do miocárdio e doenças cerebrovasculares. O infarto, inclusive, teve aumento de mais de 50% nos últimos dez anos, chegando a uma média de 90 mil anuais.
Pensando nisso, a equipe da Fapeal em Revista preparou uma série especial que pudesse unir ciência, saúde e alimentação em prol de popularizar informações relacionadas ao termo “Alimentação Cardioprotetora” e convidou a professora da Faculdade de Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Sandra Mary Vasconcelos, que também é pesquisadora do tema.
A série foi dividida em quatro episódios, publicados nas redes sociais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) nas últimas quatro terças-feiras de setembro que também é o mês da campanha Setembro Vermelho, de conscientização sobre doenças cardiovasculares.
No primeiro deles, a pesquisadora fez uma breve introdução sobre o significado do termo Alimentação Cardioprotetora ao dizer que consiste em uma proposta de dieta organizada e com predominância em alimentos que visam proteger o coração.
“Essa organização [dos alimentos] é feita considerando as cores da bandeira do Brasil, ou seja, os alimentos do grupo verde – a parte onde a cor é maior; em menor quantidade, os alimentos do grupo amarelo e em menor quantidade ainda, os do grupo azul. No grupo amarelo, predominam alimentos como cereais, pães, não-processados e no grupo azul, por exemplo, predominam as carnes frescas, não aquelas que sejam processadas”, explicou Sandra Mary.
Clique aqui e veja como foi.
Dieta apenas para quem teve infarto ou derrame?
No segundo episódio da série, a pesquisadora revelou se a Alimentação Cardioprotetora é apenas para quem teve infarto ou AVC. E cravou: não só às pessoas que tiveram um desses eventos, mas a todas que têm fatores de risco cardiovasculares, listando alguns desses fatores.
“São eles: o excesso de peso, o acúmulo de gordura abdominal, o sedentarismo – que é uma questão muito importante pra gente combater na perspectiva de prevenir doenças cardiovasculares – e se o indivíduo for hipertenso ou tiver diabetes precisa fazer o acompanhamento nas suas unidades de saúde com o profissional que vai orientar quanto aos exames e a questão da medicação adequada”, explicou Sandra.
O episódio também destacou o fato de algumas pessoas conseguirem retomar suas atividades normais após passarem por eventos como infarto ou derrame enquanto outros podem ter sequelas. Clique aqui e assista.
Posso ter infarto ou AVC se me alimentar mal?
No terceiro episódio, Sandra Mary Vasconcelos explicou aos espectadores se era por causa de uma má alimentação que as pessoas poderiam ser vitimadas com eventos como infarto ou Acidente Vasculares Cerebrais (AVCs) e mais: trouxe alertas sobre os hábitos de vida da sociedade.
“Não é só o que você come que vai determinar um infarto ou um derrame. Existem outros fatores, que a gente chama de ‘fatores de risco’, tais como: uma alimentação inadequada com alimentos ricos em gordura, em sal e açúcar e etc.; a falta de atividade física, excesso de peso ou obesidade, o acúmulo de gordura na região abdominal – que necessariamente não significa que você é obeso, mas só o fato de ter esse acúmulo já é um fator de risco importante”, disse.
Ela também alertou para a questão hereditária em relação aos eventos. “Se você tem um parente de primeiro grau, ou seja, o pai ou a mãe, que é hipertenso, a chance de ter um infarto ou derrame é maior. Se tem os dois, maior ainda. Esse componente familiar é forte, assim como outros componentes ambientais – como os citados acima – e esses fatores de risco não modificáveis somados aos hábitos de vida inadequados podem fazer com que você tenha, sim, um infarto ou um AVC”, frisou Sandra.
Clique aqui e acompanhe na íntegra.
Mais informações sobre Alimentação Cardioprotetora
Já no último episódio da série, a pesquisadora contou que existem dois documentos disponíveis, produzidos pelo Ministério da Saúde em parceria com o Hospital do Coração (HCor) de São Paulo, que podem ser encontrados facilmente com uma busca na Internet.
"É só pesquisar por ‘alimentação cardioprotetora’ ou ‘dieta cardioprotetora’ e aí você vai encontrar a cartilha que vai explicar como distribuir os alimentos dos grupos verde, azul e amarelo nas refeições. Além disso, ela chama atenção para que você não utilize os alimentos ultraprocessados e é um documento muito ilustrativo e bem bacana de ler, com fácil compreensão", explicou a docente, ao alertar que a cartilha é um documento de venda proibida.
Além da cartilha acessível à população, a pesquisadora listou que também existe documento voltado aos profissionais de saúde. "É um Manual que, naturalmente, tem um conteúdo mais extenso, mas também tem fácil leitura. E nada impede que qualquer pessoa leia e conheça. O mais importante é que as pessoas saibam tomar suas decisões nas escolhas alimentares", complementou Sandra Mary Vasconcelos.
Assista completo aqui.