Pela 1ª vez no Femupe, Baque Alagoano leva ancestralidade às ruas

Arrastão musical apresentou repertório carregado de tradição

Por Sandra Peixoto - jornalista e Roberta Brito - fotógrafa
- Atualizado em
Cortejo do Baque pelas ruas históricas
Cortejo do Baque pelas ruas históricas

Às margens do Rio São Francisco, na histórica cidade de Penedo, o grupo percussivo Maracatu Baque Alagoano iniciou um arrastão musical que marcou a sua primeira participação no 15º Festival de Música de Penedo (Femupe), sábado (26), agitando o último dia do evento. Puxado por um de seus fundadores, Rômulo Fernandes, o cortejo desfilou um repertório carregado de tradição.

“Quando o convite surgiu, a gente já vinha da preparação para agosto, mês do folclore. Então, a gente fez uma adaptação, porque uma coisa é fazer uma apresentação para palco, outra é fazer um cortejo. E o maracatu é essa caminhada que é o cortejo de coroação”, explicou Rômulo ao falar da preparação para “ir fazer a festa, se divertir e poder colaborar com o Festival”.

O esforço demonstrou ter valido a pena. O cortejo contagiava por onde passava e olhares atentos pareciam absorver cada batuque. Dentre eles estava o professor, musicista, pesquisador e pianista Antônio Eduardo, que participava do Femupe como oficineiro de pedagogia comum, trabalho sobre a música de vanguarda colocada dentro da musicalização.

“Quando se vê uma manifestação como essa, a gente observa o quanto a nossa cultura é diversa; o quanto os nossos ritmos ultrapassam o imaginário do que a gente possa imaginar como quadrado. Eu observei aqui, no Maracatu, o tempo e o contratempo dessa manifestação. Isso daí vem da cultura, vem da criatividade popular, da ancestralidade”, falou, admirado.

Outro que também estava curtindo o cortejo era o professor Léo Braga. Na cidade para participar do Femupe, ele acompanhava a programação do dia desde cedo. “Pela manhã, a primeira vez que vi os alunos passando e tocando foi espetacular. Eu sou professor e, influenciado pelo Festival, é algo que eu quero para a minha escola”, afirmou.