HU conta com unidade de tratamento para fissura labiopalatina

Uma criança a cada 650 nascimentos possui essa condição que afeta a alimentação, respiração e aparência física

Por Ascom HU

A fissura labiopalatina é uma malformação congênita que provoca alteração na fusão dos processos faciais durante a gestação. Essa condição afeta aproximadamente uma criança a cada 650 nascimentos, provocando abertura do lábio ou do palato (céu da boca). 

Em 24 de junho é celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina e o objetivo é conscientizar e informar a sociedade sobre esse problema, e ressaltar a importância de tratar a malformação com um especialista, de forma multidisciplinar.

A fissura traz complicações para a alimentação e a respiração, provoca alterações na arcada dentária, afeta o crescimento facial, além de acarretar prejuízo no desenvolvimento da fala, da audição e na aparência física. Tais fissuras podem ser incompletas (parte do lábio) ou acometer o lábio e o céu de boca de forma completa, podendo ser uni ou bilaterais.

Sua causa está relacionada a fatores genéticos e ambientais como o uso de bebida alcoólica, cigarros e alguns medicamentos como corticoides e anticonvulsivantes, principalmente no primeiro trimestre da gestação. Tal ação de fatores ambientais depende de predisposição genética do embrião.

Tratamento

O tratamento da fissura pode ser cirúrgico e clínico, envolvendo profissionais de várias especialidades: fonoaudiólogos, fisioterapeutas, pediatras, otorrinolaringologistas, cirurgiões plásticos, cirurgiões dentistas de várias especialidades, além de pedagogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. A depender da complexidade do caso, podem ser necessárias várias etapas cirúrgicas ao longo de sua vida. No tratamento clínico, é necessário o acompanhamento ostensivo do paciente ao longo de seu crescimento, até a idade adulta.

No Hospital Universitário, de acordo com a geneticista Isabella Lopes Monlleó, é feita avaliação diagnóstica com a equipe da genética para distinguir pessoas com fissuras orais isoladas de pessoas com síndromes complexas que causam fendas orais (estas são classificadas como doenças raras). “A partir deste diagnóstico é construído o projeto terapêutico específico para o paciente. É um projeto multidisciplinar, contínuo (do nascimento aos 18 anos) e longitudinal, desde a atenção primária (perto do domicílio) até a alta complexidade, etapa realizada no Hospital”, disse a geneticista. 

Além do atendimento em genética para diagnóstico, orientação de enfermagem e aconselhamento genético, o HU oferece cirurgia pediátrica para reparo primário das fissuras de lábio e ou palato, acompanhamento em diversas especialidades médicas, orientação nutricional e acompanhamento psicológico conforme diagnóstico e necessidades de saúde do paciente e sua família.

No HU, além de uma pesquisa sobre consolidação de uma estratégia para referência e contrarreferência de pacientes com fendas orais no SUS em Alagoas (premiada no Ministério da Saúde), outras quatro, sobre o mesmo tema, realizadas até 2022, orientam o atendimento a pessoas com fendas orais no hospital. 

O não tratamento da fissura labiopalatina também pode afetar o convívio social para a pessoa com essa condição, devido a aparência física da face e a voz nasalizada, uma das características do fissurado. Marginalização, dificuldade de inserção no mercado de trabalho e vergonha de conversar e participar da comunidade são alguns dos problemas enfrentados pelos pacientes que chegam à idade adulta sem o tratamento devido.