Exposição fotográfica de mulheres pretas no HU marca o Dia da Mulher Negra
Mostra acontece de 25 a 28 de julho, no hall de entrada do hospital, e conta com fotos de trabalhadoras da instituição
Em 25 de julho, celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Para marcar a data, o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal do Alagoas (HU/Ufal), realiza a exposição “Onde estão as mulheres pretas do HU?”, com fotografias de colaboradoras da instituição. A exposição conta com fotografias de cerca de 20 mulheres pretas e estará aberta ao público até 28 de julho às 17h.
A iniciativa busca homenagear as mulheres negras trabalhadoras que enfrentam cotidianamente barreiras impostas pelo sexismo e racismo nos espaços sociais e profissionais; exaltar a autoestima; e valorizar a luta e a diversidade dessas mulheres. A ação é promovida pela Comissão de Residência Multiprofissional em Saúde (Coremu) e pelo movimento antirracista do HU, denominado Negrhu.
De acordo com a professora e membro da comissão do Negrhu, Lígia dos Santos, que acompanha o grupo com orientações, discussões e reflexões acerca de ações antirracistas no Hupaa, a exposição é uma construção coletiva do Negrhu.
“Com fruto de cada um e cada uma, é um movimento que cresce a cada dia e tem a força da nossa África ancestral. Aprendo sempre com eles e elas, pois são mulheres e homens muito conscientes da importância da formação multiprofissional para a realização de serviços hospitalares humanizados e antirracistas. Viva ao Negrhu! Viva a todas a mulheres pretas do Hospital, que magistralmente participam dessa linda exposição! Viva a todas as parcerias para este evento! Viva Tereza de Benguela e a todas "Terezas" da América Latina e Caribe!”, disse Lígia.
A mostra fotográfica teve início na quinta-feira (25), no hall de entrada do Hospital. Durante o evento também houve uma oficina de Turbante, ministrada pela afroempreendedora, Tereza Olegário.
Data marca luta
O dia 25 de julho, além de ser uma celebração, marca a luta e força das mulheres negras, indígenas e de comunidades tradicionais. A ideia surgiu em 1992 a partir da criação da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas que, junto à Organização das Nações Unidas (ONU), lutou pelo reconhecimento do 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.
No Brasil, a lei 12.987/2014 instituiu também o dia 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, em homenagem a um dos principais símbolos de resistência e liderança na luta contra a escravização. Tereza foi a líder do Quilombo Quariterê, localizado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia, e, por 20 anos, liderou a resistência contra o governo escravista e coordenou as atividades econômicas e políticas do Quilombo. Além de dar visibilidade ao papel da mulher negra na história brasileira, a data visa a reforçar os princípios do Dia Internacional estabelecido em 1992.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra no Brasil corresponde a 54%, ou seja, a maioria dos brasileiros se declaram pretos. Dados da Associação de Mujeres Afro, na América Latina e no Caribe, 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes.
Projeto antirracista
Negrhu é um projeto que se insere no movimento étnico-racial, construído com o objetivo de combater o racismo institucional no Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes (HU/Ufal). A iniciativa conta com o apoio da Comissão de Residência Multiprofissional em Saúde (Coremu) promovendo ações em defesa das políticas afirmativas, a fim de garantir o acesso e a permanência de cotistas na Residência Multiprofissional, propor um espaço de relações antirracistas entre cotistas e não cotistas, profissionais, usuários e usuárias do SUS, compondo grupos de estudo, pesquisa e extensão para a formação, produção de conhecimentos, pensamentos e comportamentos antirracistas, no espaço do Hospital.