Ufal participa de resgate a peixe ameaçado de extinção no litoral de Sergipe

Ação teve parceria com Fundação Mamíferos Aquáticos e Projeto Tamar

Por Manuella Soares - jornalista
- Atualizado em
Foto: Ascom Tamar | nothing
Foto: Ascom Tamar

A equipe do projeto Meros do Brasil, coordenado pelo professor Cláudio Sampaio, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), participou do resgate de um peixe da espécie Epinephelus Itajara, conhecido popularmente como mero e ameaçado de extinção.

O animal foi encontrado encalhado, na última sexta-feira (12), no litoral sul do estado de Sergipe, a partir do trabalho do projeto de Monitoramento de Praias Sergipe-Alagoas (PMP Seal) com apoio do Projeto Tamar.

De acordo com a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA), após localizar o peixe vivo, a equipe da Ufal foi acionada para receber as orientações e realizar um trabalho em conjunto. O animal foi reconduzido para uma área mais profunda, onde conseguiu se estabilizar e voltar a nadar.

“Tivemos esse encalhe com devolução com sucesso do peixão! Estamos em monitoramento, juntamente com os parceiros e o mero não retornou a encalhar, apesar dos fortes ventos e ondas grandes”, comemorou professor Cláudio. O animal resgatado tinha 2,1 metros de comprimento e a espécie, que é ameaçada de extinção é uma das maiores de peixes ósseos.

Projeto de Monitoramento de Praias Sergipe-Alagoas

O PMP SEAL é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural.

O projeto é realizado desde o município de Conde (Bahia) até Piaçabuçu (Alagoas), dividido em três áreas. Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelo telefone 0800 079 3434.

Meros do Brasil

O Projeto Meros do Brasil, que surgiu em Santa Catarina, hoje está presente em nove estados e 37 municípios onde realiza ações de pesquisa científica, educação ambiental e comunicação.  As atividades estão alinhadas com a Década do Oceano, com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), e buscam envolver toda a sociedade.

Além das nove instituições que possibilitam o trabalho do Projeto em cada uma das localidades, outras 29 instituições parceiras auxiliam nas atividades realizadas. Em Alagoas, sob a coordenação do professor Cláudio Sampaio, as recentes expedições em locais inexplorados e o uso de tecnologias de monitoramento remotas, permitem registros inéditos de meros e de espécies marinhas.

Além dos mares

A Ufal é referência em pesquisa e conservação da biodiversidade. O reconhecimento veio em recente homenagem ao professor Cláudio Sampaio pela Fundação SOS Mata Atlântica. A solenidade do Viva a Mata foi realizada no último mês de maio com o objetivo de promover o encontro entre pessoas que lutam pela Mata Atlântica - bioma que segue sendo o mais devastado do país.

Sampaio, conhecido como "Buia", é parceiro e voluntário do projeto Observando Rios, da SOS Mata Atlântica. Ele é biólogo, doutor em Zoologia, professor associado e coordenador do Laboratório de Ictiologia e Conservação da Universidade Federal de Alagoas. Entre os temas no qual trabalha estão história natural, conservação, espécies invasoras, educação ambiental, peixes e recifes de coral.