Ufal é destaque em evento internacional para mulheres negras das Ciências do Mar
Encontro reuniu mulheres pesquisadoras do Brasil, Estados Unidos e Moçambique
- Atualizado em 24/01/2025 17h27
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Entre 16 e 18 de dezembro de 2024, o Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene - ICMBio) sediou o evento A Maré Está Virando, uma iniciativa da Black Women in Ecology, Evolution, and Marine Science (Bweems) no Brasil. Este workshop foi o primeiro encontro realizado no Brasil dedicado a mulheres negras nas áreas de Ecologia, Evolução e Ciências do Mar, reunindo participantes locais, dos Estados Unidos e de Moçambique.
Dentre as mulheres que participaram pela Ufal e contribuíram ativamente com o debate, destacam-se Myrna Elis Ferreira Santos, Geovana, Marina, Raila, Juliana, Dâmaris Beatriz (Campus Maceió) e Luana Kelly (Unidade Penedo). Elas desempenharam papéis essenciais, desde a organização até o enriquecimento das discussões, demonstrando a força das iniciativas femininas na Universidade.
A engenheira de pesca, Lays Nascimento, filha de pescadores e egressa do Campus Arapiraca, Unidade Penedo da Ufal, foi um dos grandes destaques do evento. Lays apresentou seu trabalho, premiado com Menção Honrosa, sobre a percepção ambiental e conservação na APA Costa dos Corais, um marco em sua trajetória como educadora socioambiental. “Esse reconhecimento foi um momento emocionante que reforçou o reconhecimento ao meu trabalho e destacou como a Ufal foi importante na minha trajetória”, relatou Lays.
Myrna ressaltou a importância de participar de um evento voltado para as mulheres pesquisadoras. “O workshop Bweems Brasil me trouxe muita confiança sobre a minha trajetória enquanto pesquisadora, além de novas perspectivas ao conhecer as histórias de tantas mulheres maravilhosas com as quais me identifiquei. Como bióloga, graduada e mestre pela Ufal, sinto muito orgulho por ter representado nossa instituição nesse evento pioneiro e transformador", destacou.
Mulheres inspiradoras
O evento foi coordenado pela pesquisadora Bárbara Pinheiro, pós-doutoranda da Ufal e pesquisadora pelo programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD) na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais ( Peld CCAL). Bárbara também é bolsista do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional da Ufal e tem se destacado por suas pesquisas socioambientais. “Sua liderança foi fundamental para o sucesso do evento, garantindo o foco na ciência inclusiva, no fortalecimento de redes e no apoio a mulheres negras nas ciências marinhas”, ressaltou Lays.
O evento contou com palestras de renomadas especialistas, como a Rosy Isaías (UFMG), doutora em Ciências (Botânica) pela Universidade de São Paulo (USP) e Nikki Traylor-Knowles, professora associada em Biologia Marinha e Ecologia na Rosenstiel School of Marine, Atmospheric, and Earth Science (University of Miami). O workshop contou ainda com as presenças de influenciadoras como Kananda Eller. mestra em Ciências Ambientais que mantêm um perfil no Instagram (@deusacientista) onde aborda temas como política, educação, juventude periférica e pesquisa científica; e Jessi Alves, comunicadora, professora e bióloga, que tem mais de um milhão de seguidores no Instagram (@jessilane).
Programação e Inclusão
O evento incluiu atividades como visitas à Reserva Biológica de Saltinho e um curso de mergulho, ministrado por Natália Cordeiro, da Paru Dive Communiity, para dez mulheres negras das ciências marinhas. Essas iniciativas proporcionaram ferramentas práticas para o avanço profissional das mulheres negras nas ciências marinhas.
Segundo as estudantes da Ufal, este workshop não apenas celebrou as ciências marinhas, mas também fortaleceu a luta por inclusão e valorização de mulheres negras, indígenas e trans. “No evento, divulgamos programas consolidados na Ufal, especialmente nos campi do interior, que são essenciais para garantir que esses grupos tenham as mesmas oportunidades de formação e desenvolvimento profissional. O impacto de iniciativas inclusivas como essa pode transformar vidas e proporcionar uma representação mais justa e equilibrada no ambiente acadêmico e científico”, ressaltou Myrna.
O evento foi uma co-realização do Instituto Yandê Educação Cultura e Meio Ambiente, sediado em São Miguel dos Milagres - Alagoas, do GT de Mulheres Negras da Liga de Mulheres Pelo Oceano, com financiamento da Bweems, e endosso da Década do Oceano da Unesco. “Esse marco histórico promete inspirar futuras gerações e transformar o cenário das ciências no Brasil”, finaliza Lays.
Para mais informações sobre o evento acesse o site.