Palestras, shows, exposições e experimentos marcam aula inaugural da Usina Ciência
Momento também abriu início do agendamento para as visitas escolares até final deste semestre

A Usina Ciência, equipamento cultural da Universidade Federal de Alagoas, realizou aula inaugural para marcar a retomada dos trabalhos e mostrar o que o espaço tem de mais interessante e curioso. A atividade, voltada para o público em geral, foi uma oportunidade de conhecer os ambientes internos e explorar um universo de ciência e inovação. Durante o evento, foi iniciada a temporada de agendamentos para visitas de escolas para este primeiro semestre de 2025.
A coordenadora da Usina, Patrícia Siqueira, e a vice-coordenadora Monique Ângelo falaram sobre a finalidade e a relevância desse equipamento de extensão para a comunidade alagoana. Na ocasião, estiveram presentes representantes de órgãos ligados à educação, à ciência e à tecnologia do estado.
A coordenadora ressaltou a importância do espaço junto à comunidade, especialmente estudantes de Maceió e do interior de Alagoas, da rede pública e privada de ensino. “Tivemos três meses de greve no ano passado, mas, ainda assim, conseguimos alcançar mais de sete mil estudantes. Estamos aqui, neste momento, para fazer uma articulação. Queremos levar esse conhecimento para fora da Universidade”, disse Patrícia Siqueira.
Com a intenção de apresentar algumas atividades realizadas no cotidiano da Usina Ciência, houve aulas show de Química e Física, exposição de equipamentos e experimentos científicos, além da participação de Neftali Júnior, secretário do Centro de Estudos Astronômicos de Alagoas (Ceaal), que levou telescópios para os visitantes fazerem observação solar e fez palestra sobre a história da Astronomia em Alagoas.
Robótica inovadora
O evento também contou com a presença de João Paulo Falcão, professor de Matemática da rede municipal de ensino do Município de Viçosa. O palestrante demonstrou que, tendo criatividade, é possível despertar o interesse dos alunos pela Matemática e fazer com que tenham mais participação nas aulas. Com esse objetivo, João Paulo criou um método de ensino inovador, ao associar a disciplina ao universo lúdico, por meio da robótica feita de sucatas, de objetos que iriam para o lixo, como tampas de garrafas. “Eu trabalho com uma abordagem que mistura várias matérias. Penso que se a educação for muito séria, a gente não consegue chamar a atenção da criança”, disse João Paulo.
A professora do Instituto de Química e Biotecnologia da Ufal e vice-coordenadora da Usina, Monique Ângelo, falou sobre o impacto que este equipamento cultural causa na sociedade, dos planos para este ano e o que já está sendo feito, a exemplo do projeto de iniciação tecnológica, já em processo de finalização. “Quem acompanha o nosso trabalho pelas redes sociais, sabe que a gente faz e mostra resultados. Recebemos o Prêmio de Ideias Inovadoras do Ensino Superior porque incorporamos realidade aumentada e realidade virtual no show de Química. A Usina Ciência faz muito. Recebemos uma média de 80 a 100 alunos por dia. Quando a gente faz eventos fora das portas da Usina, como aconteceu no Lar São Domingos e no Shopping Pátio, o público alcançado é imenso”, destacou.
Monique Ângelo também ressaltou o propósito de incorporar a tecnologia na Usina Ciência, por meio de uma plataforma que utiliza o processo de aprendizagem em movimento. “A pessoa com o celular vê, por exemplo, uma pintura de um cantor na rua, que já está cadastrada na plataforma. Ela aponta o celular para a pintura e pode ouvir uma música daquele cantor, obter informações e fazer um jogo de quiz. Estamos também com a ideia de levar essa plataforma para unir ciência e sociedade. O nosso objetivo é ir à praça, onde o aluno ou qualquer pessoa poderá apontar o celular para um totem, ver em realidade aumentada e receber informações científicas”, explicou a docente, entusiasmada.
Difusão da ciência
Cézar Nonato, pró-reitor de Extensão e Cultura, relembrou a trajetória da Usina Ciência desde a sua fundação em 1991, destacando a excelência do espaço na divulgação do conhecimento científico. “A Usina Ciência tem 34 anos de atividade, no sentido, inclusive, de inovação. É fundamental que a gente perceba que esse espaço é importante na difusão, na popularização da cultura da ciência. Por isso, está vinculada à Pró-reitoria de Extensão e Cultura. A ciência também é um caminho de cultura. A Usina Ciência vem desenvolvendo esse trabalho. Foi e é um espaço inovador, que pensa novas linguagens e novos formatos de difusão do conhecimento científico”, disse.
O pró-reitor chamou a atenção para a característica transformadora da Usina no que diz respeito à trajetória do conhecimento científico. “Outro fator que podemos observar como um aspecto inovador na história da Usina é a possibilidade da fusão de vários campos da ciência: Física, Astronomia, Geografia, Química e Biologia. Funciona literalmente como uma usina. Aqui, o conhecimento científico entra e vai produzindo outros conhecimentos de forma compartilhada com as redes públicas e privadas, mas sobretudo como um campo de pesquisa, de extensão, de formação dos nossos monitores e dos professores”, ressaltou.
Leide Daiane de Melo se inscreveu para assistir a aula inaugural e ficou muito satisfeita com o que encontrou na Usina Ciência. Ela, que é coordenadora pedagógica do Centro Municipal de Educação Infantil Paulo Freire, que atende crianças de 3 a 6 anos, busca conectar o universo dos pequenos ao mundo das pesquisas feitas por adultos. “O evento foi maravilhoso. Eu gostei muito dessa aula inaugural porque ela abre portas para a gente compreender as pesquisas das crianças. Elas são pesquisadoras natas. Então é importante elas estarem inseridas também nesse contexto. Vim dar uma olhada, ver como poderia associar essa pesquisa dos adultos para as crianças ou das crianças para os adultos”, refletiu.
Aproximação do conhecimento científico
A coordenadora Patrícia explicou que a Usina tem a proposta de popularizar e desmistificar a compreensão da ciência. “Como parte integrante da Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Ufal, a Usina Ciência tem como objetivos, por intermédio das atividades extensionistas, mostrar que as ciências são relevantes, promover a aproximação do conhecimento científico produzido na Universidade para as comunidades, de modo a aproximar esse conhecimento das pessoas, além de apoiar a formação de estudantes de licenciatura e bacharelado, das áreas de Ciências Naturais, Geografia e Astronomia”, salientou.
A gestora ainda destacou algumas atividades realizadas com esse objetivo. “Com o intuito de apresentar a ciência de forma mais acessível, são realizadas observações gratuitas, palestras, mostra de experimentos, orientações na realização de trabalhos científicos de professores e alunos da rede básica de ensino, pública e privada”, explicou a coordenadora.