Ufal e Sociedade entrevista a professora Nádia Meinerz sobre gênero e direitos humanos
A entrevista será veiculada a partir de segunda-feira (17), às 11h
- Atualizado em 25/03/2025 15h21

O programa "Ufal e Sociedade", da Rádio Ufal, trará nesta semana uma entrevista com a professora associada do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Nádia Meinerz. A entrevista será veiculada a partir desta segunda-feira (17), às 11h. A docente atua no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social e lidera o Mandacaru - Núcleo de Pesquisas em Gênero, Saúde e Direitos Humanos.
Criado em 2010 no Instituto de Ciências Sociais, o Mandacaru reúne professores de diferentes universidades interessados em pesquisas sobre gênero, saúde e direitos humanos. O núcleo é liderado pelas professoras Débora Allebrandt e Nádia Meinerz e desenvolve pesquisas em três principais linhas: Corpo, Sexualidade e Deficiência; Educação, Ciência e Divulgação Científica; e Interseccionalidade, Práticas de Cuidado e Governança Reprodutiva.
Durante a entrevista, a professora Nádia Meinerz destacou a importância do Mandacaru na interseção entre saúde e direitos humanos. "Viemos de uma preocupação voltada a essa interface saúde e direito, e com a chegada da professora Débora, em 2015, encampamos essa agenda da discussão do feminismo na ciência. Fomos construindo, durante a trajetória do grupo, algumas conversas, e são sempre conversas tensas, são sempre conversas em que a abordagem feminista vem deslocar algumas certezas e interpelar alguns modos de produzir conhecimento, especialmente sobre quem a gente exclui quando faz determinadas perguntas e não outras", ponderou a professora durante a entrevista.
Sobre a presença das mulheres na vida acadêmica, a professora pontuou que são várias as questões que movimentam essa mulher a dividir o seu investimento de tempo da produção acadêmica para o cuidado, para as demandas do universo das relações sociais. “Uma das coisas que a gente sempre trabalha dentro do grupo de pesquisa é a importância de interromper esses fluxos, que são de transmitir ou transferir essa responsabilidade. A gente não vai reproduzir esse patriarcado para as estudantes”, relata Nádia.
A pesquisadora enfatiza, durante a entrevista, a importância de construir estratégias inclusivas na Universidade. “Não são apenas as professoras nesta sobrecarga de trabalho, pesquisa e maternidade. Nossas estudantes de mestrado e graduação, especialmente aqui em Alagoas, nas Ciências Humanas, onde a parentalidade coexistindo com a formação acadêmica e o investimento em ciência são realidades cotidianas”, relata a professora.
A professora também destacou o lançamento do curso online "Maternidades e violências: fortalecimento do direito à saúde e redes de acolhimento", desenvolvido pela Rede Transnacional de Pesquisas sobre Maternidades Destituídas, Violadas e Violentadas (REMA). Disponível gratuitamente na plataforma Telessaúde da UERJ, o curso é fruto da parceria entre a REMA e o Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM), com financiamento do CNPq. Ela convidou a comunidade acadêmica da Ufal a se inscrever e participar da capacitação.
Por fim, a professora comentou sobre o ato do Dia Internacional da Mulher realizado na Avenida Amélia Rosa. "Foi um momento extremamente importante de movimentação de muitos movimentos sociais, coletivos organizados, homens e mulheres, pessoas trans e cis, que estavam ali tentando confluir para essa reflexão: não de celebrar o Dia 8 de Março, não de homenagear as mulheres ou dar parabéns pelo Dia das Mulheres, mas de pensar que luta é essa e de quem é essa luta. Como parte do PET Saúde e Equidade, organizamos uma atividade para esse ato, em que produzimos cruzes lembrando os nomes e histórias das mulheres assassinadas em Alagoas".
A entrevista completa ficará disponível no site a partir de segunda-feira. Acompanhem e compartilhem o conteúdo.