Grupo de estudo celebra Dia dos Avós e defende envelhecimento saudável

Projeto proporciona um espaço para troca de experiências entre pessoas idosas

Por Ryan Charles – estudante de jornalismo
- Atualizado em
Projeto proporciona um espaço para troca de experiências entre pessoas idosas
Projeto proporciona um espaço para troca de experiências entre pessoas idosas

Neste sábado (26) é celebrado o Dia dos Avós, uma data carregada de afeto e simbolismo, que reconhece a importância daqueles que ocupam esse papel tão especial na vida das famílias. Para marcar a ocasião, o projeto EnvelheSer Ativo, vinculado ao Grupo de Pesquisa Multiprofissional sobre Idosos (GPMI) da Escola de Enfermagem (EENF) e à Universidade da Pessoa Idosa (Unapi), do Instituto de Educação Física (Iefe) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), promoveu um encontro em comemoração.

O trabalho visa valorizar as experiências e histórias de quem vive a alegria de ser avó ou avô, fortalecendo vínculos, autoestima e o envelhecimento ativo. Além de compartilhar experiências, os participantes da ação puderam aprender mais sobre assuntos da atualidade e cuidados relacionados à saúde mental nesta etapa da vida.

Mediando as discussões esteve a psicóloga Sandra Lopes Cavalcante, docente da Ufal em Gerontologia, que reforçou a relevância de projetos como esses promovidos pela Universidade. “Já tenho me dedicado há bastante tempo ao envelhecimento e às questões que envolvem a terceira idade. Toda a nossa população está envelhecendo e, por isso, temos que investir cada vez mais nesse campo. Além de, claro, o Dia dos Avós, que está sendo comemorado. E é muito bom que seja comemorado, porque é realmente um privilégio chegar à fase da vida em que a gente se torna avó ou avô”, contou a docente.

Envelhecer e pertencimento

A coordenadora do projeto e professora do curso de Enfermagem da Ufal, Elizabeth Souza, conta que seu foco nunca foi colocar os idosos em um lugar estereotipado, mas incentivar uma vida mais ativa. “O foco é a promoção da saúde. A gente compartilha dicas sobre sono, mobilidade, educação, relacionamentos, questões psicológicas... Sempre de forma positiva. Não falamos de doenças, mas sim de como viver bem mesmo com determinadas condições”, destacou.

A comerciante Gildete Raimundo é um exemplo disso. Aos 63 anos, é avó apaixonada e, acima de tudo, super ativa. Para ela, fazer parte do grupo é como ter uma segunda família. “A parceria aqui é muito boa, a gente fica feliz de verdade. Hoje, eu me sinto com mais vigor, com mais energia. Eu já fazia uns exercícios antes, mas quando descobri aqui foi diferente. Aqui é tudo de bom. Sempre digo para as pessoas: 'A gente vai pra Ufal, e a Ufal é saúde!'. É uma coisa linda. A gente está sempre junto, dialogando, compartilhando a sorte, nossas viagens, nossas comidas. Hoje, para mim, a Ufal é muito importante. Gosto demais. Sabe, eu nem acho que tenho 63 anos. Digo que tenho uns 15”, comemorou.

Já Navalci Moura, de 77 anos, faz parte do GPMI há mais de 9 anos. É a participante mais antiga do projeto e afirma que participar dos encontros é se sentir acolhida e compreendida. “Faço amizade com todo mundo, gosto de uma resenha, de conversar. Essas palestras, como as de hoje, sempre falam sobre o idoso com coisas instrutivas e importantes. É muito bom saber de nossos direitos”, contou Navalci.

A coordenadora diz que existiram diversos desafios, como a pandemia e os imprevistos que a idade traz, mas os relatos são o incentivo para continuar. “Eu me emociono sempre. Muitos dizem: ‘Professora, a gente aprendeu isso com o GPMI, brigamos pelos nossos direitos’. ‘Aprendi lá no GPMI que eu tenho esse direito!’. É muito bonito ver essa transformação no dia a dia deles”, concluiu.