Curso de Turismo em Penedo não preencheu todas as vagas
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Localizado em Penedo, uma das mais belas cidades do litoral sul alagoano, o Curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Federal de Alagoas encerrou ontem, 27, as matrículas dos feras sem preencher as 40 vagas oferecidas a cada ano.
No último PSS Ufal, enquanto os cursos de Medicina, Direito e Enfermagem tiveram mais de vinte candidatos por vaga, o curso de Turismo, oferecido pelo Campus Arapiraca no Pólo de Penedo, teve mais vagas que candidatos.
O curso de Bacharelado em Turismo foi iniciado em 2006 e vai formar a primeira turma de bacharéis em turismo, ou turismólogos, em 2010. Segundo o projeto pedagógico do curso, os alunos recebem uma “formação generalista, no sentido tanto do conhecimento geral, das ciências humanas, sociais, políticas e econômicas, como também uma formação especializada, constituída de conhecimentos específicos".
O campo de trabalho é vasto e está em expansão. O turismólogo pode trabalhar nas áreas culturais, históricas, ambientais, antropológicas, de Inventário do Patrimônio Histórico e Cultural, bem como no agenciamento, organização e gerenciamento de eventos e na administração do fluxo turístico.
O colegiado do curso é formado por dois doutores e quatro mestres, com reconhecida qualificação na área. O coordenador do curso de Turismo, professor Marcelo Ribeiro, é graduado em Turismo pela PUC/RS (1988), doutor em Turismo y Desarrollo Sostenible pela Universidad de Las Palmas de Gran Canaria (2003). Atualmente, é professor adjunto da Universidade Federal de Alagoas, participa do conselho consultivo de revistas técnicas de turismo no Brasil e no exterior. Possui experiência na área docente em planejamento turístico, políticas públicas, turismo rural e no meio ambiente e sociedade, natureza e desenvolvimento. Além disso, coordena um grupo de pesquisa no CNPq denominado Turismo, Hospitalidade e Cultura, onde investiga as relações entre turismo, patrimônio cultural, identidades e territórios.
O coordenador acredita que, apesar do curso de Turismo oferecer um corpo docente qualificado e estar localizado em área rica em turismo ecológico, histórico e de lazer, a baixa procura explica-se pela falta de divulgação. “Estamos atuando na região de Penedo há três anos, mas a comunidade local ainda não se deu conta de que a Ufal está presente e de portas abertas”, diz o professor. Muitos moradores da região ainda acreditam que se trata de uma instituição particular e, por isso, ficam intimidados, imaginando que precisariam pagar mensalidades altas para cursar a universidade”, conclui o professor Marcelo Ribeiro.
O coordenador já está planejando, com outros professores e coordenadores dos cursos oferecidos pelo Pólo Penedo, uma ampla divulgação para atrair mais alunos. "Nós, professores do curso de Turismo e de Engenharia de Pesca, desenvolveremos, neste ano, um projeto de extensão que contará com alunos e professores para visitar escolas, divulgar os cursos e atividades que são desenvolvidos, além de explicar o mercado de trabalho", garantiu o professor. "Na região sul do Estado de Alagoas, onde a comunicação funciona muito a base de programas de rádio, carros de som e faixas nas ruas principais é difícil uma divulgação por outros meios. Por isso, a necessidade de ir até o nosso público alvo, os alunos das escolas", explicou ele.
A preocupação com a divulgação do curso é compartilhada pela reitora Ana Dayse Dorea que, em entrevista à rádio CBN, avaliou a situação do Curso de Turismo. “Precisamos divulgar mais o curso e apresentar para a população local a oportunidade de cursar uma universidade pública, gratuita, de qualidade, na região onde moram e com formação profissional adequada às necessidades dos projetos de desenvolvimento da região” destacou a reitora.
No projeto pedagógico do curso, essa preocupação já está bastante evidenciada: “O curso superior de turismo da Universidade Federal de Alagoas oferece a possibilidade de formação de gestores no setor de turismo e hospitalidade, área em franco crescimento no Estado de Alagoas e que carece de mão-de-obra qualificada. A existência de um curso de turismo em uma cidade do interior do Estado, que possui potencial turístico, é um duplo desafio: primeiro, gerar novos profissionais que possuam qualidades universais e, segundo, ajudar no desenvolvimento turístico da região sul do Estado, onde estes profissionais também possam vir a atuar”.
Segundo o coordenador do curso de turismo, em municípios do Sertão, como Piranhas, Delmiro Gouveia, Canindé do São Francisco (SE), Paulo Afonso (BA) e Olho d'agua do Casado, já há turismólogos atuando em ações e projetos desenvolvidos pela Prefeitura e órgãos de turismo. "Isso ajuda a profissionalizar o turismo e desenvolver novos projetos", afirma o coordenador
Lenilda Luna – assessoria de comunicação da Ufal
Projeto Pedagógico do curso de Turismo da Ufal
http://www.ufal.edu.br/ufal/ensino/graduacao/cursos/campus-arapiraca/tur-arapiraca.pdf
Fotos da matéria: Gustavo Menezes