MEC: federais formam mais que particulares
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As instituições privadas de ensino superior, onde estudam três em cada quatro universitários brasileiros, têm proporcionalmente menos estudantes concluindo seus cursos: apenas 55,4% do total. É o que mostra o Censo da Educação Superior 2007, divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC). A taxa de conclusão mais alta é das universidades federais com 72,6%.
O cálculo leva em conta o número de estudantes que ingressaram quatro anos antes e o total de concluintes, isto é, os alunos que chegaram ao fim do curso em 2007. A média nacional ficou em 58,1%, sendo mais alta nas universidades públicas (63,8% nas estaduais e 62,4% nas municipais) do que nas privadas. O indicador dá uma ideia do tamanho da evasão dos alunos, embora não seja um cálculo preciso. A partir deste ano o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do MEC, pretende adotar um novo modelo de coleta de dados que listará o nome dos universitários e sua trajetória acadêmica, a exemplo do que já ocorre no ensino básico.
O presidente do Inep, Reynaldo Fernandes disse que a evasão universitária está ligada, de um lado, à troca de cursos no início da faculdade e, de outro, à dificuldades para pagar as mensalidades. O censo revela que o país tinha 4.880.381 universitários em 2007, o que representa um crescimento de 4,4% em relação ao ano anterior. Desse total o setor privado respondia por 3.639.413 matrículas (74,57% do total) ante 615.542 nas federais (12,61%), 482,814 nas estaduais (9,9%) e 142.612 nas municipais (2,92 %).
Expansão de matrículas nas federais está crescendo
As instituições federais mantidas pelo MEC apresentaram uma taxa de expansão de matrículas de 4,4%, igual à média nacional e quase a mesma do setor privado, que cresceu 5%. A diferença, no entanto, é que as matrículas nas federais estão em ascensão enquanto o ritmo de expansão nas privadas vem caindo. O crescimento de 4,4% nas federais é o maior desde 2003, quando essas instituições registraram aumento de 6,7%. Naquele ano, o setor privado deu um salto de 13,3%. Em 2006, porém, as matrículas nas instituições particulares cresceram 6,3% e 1,8% nas federais.
Fernandes lembrou que o censo divulgado ontem contém informações de 2007, que ainda não captam os resultados do Reuni, o programa de expansão das universidades federais. A participação do setor privado nas matrículas do ensino superior, no entanto, segue aumentando: de 70,76% em 2003, para 74,15% em 2006 e 74,57% em 2007.
O censo mostrou que os cursos tecnológicos continuam crescendo: de 278.727 marículas em 2006 para 347.856 em 2007 (mais 24,8%). O mesmo ocorre no ensino de graduação a distância, que passou a responder por 7% do total de universitários do país, subindo de 207.206 em 2006. para 369.766 em 2007.