Hospital Universitário inaugura Núcleo de Telemedicina nesta sexta-feira


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Tâmara Albuquerque - jornalista

A Direção Geral do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) inaugura, nesta sexta-feira, 20, o  núcleo de telemedicina e telessaúde, uma realização da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), do Ministério da Ciência e Tecnologia, coordenada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), organização que também é responsável pela internet acadêmica no País. A cerimônia de inauguração acontecerá às 9h, no auditório geral do hospital, com a participação da reitora Ana Dayse Dorea e de representantes da comunidade universitária, profissionais e gestores da área de saúde.

Na avaliação do diretor do HUPAA, Paulo Teixeira, a telemedicina abre possibilidades para amenizar algumas dificuldades crônicas na rede pública de saúde em Alagoas, como a escassez de recursos, a carência de profissionais e a distribuição irregular de unidades de saúde nos municípios; sendo, ainda, instrumento de excelência para o ensino e a pesquisa. Ele enfatiza que o Hospital Universitário dispõe de equipamentos com tecnologia de ponta que permitem tanto a realização de videoconferências médicas, trabalhos colaborativos e estudo de casos na área de pesquisa, quanto uma troca ágil de informações para diagnósticos e demais etapas do tratamento médico. O núcleo da Rute no Hospital Universitário da Ufal é coordenado pelo médico João Batista e já vem desenvolvendo atividades como: curso a distância, debates, palestras e estudos de casos. A partir de agora, o hospital também se prepara para ofertar consulta on-line e fazer o telediagnóstico por imagem na área de atendimento.

A Ufal é a 16ª instituição a inaugurar um núcleo da Rute. Esta rede tem como um dos principais objetivos promover a integração dos projetos de telessaúde existentes no Brasil, contribuindo para a melhoria tanto na qualificação dos profissionais quanto no atendimento aos pacientes. Exemplo desta integração são os SIGs (Special Interest Groups, ou Grupos Especiais de Interesse), nos quais os profissionais de saúde das instituições pertencentes à Rute montam uma agenda de videoconferências para debater um assunto específico. Além dos debates e discussões de caso, alguns SIGs também realizam diagnósticos e aulas à distância. Atualmente já existem mais de 20 SIGs, que atuam em áreas como Enfermagem, Odontologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, Padrões para Telemedicina, Informática em Saúde, Toxicologia Clínica, Trauma e Ortopedia, Dermatologia e Saúde de Crianças e Adolescentes, entre outros.

Universalização do atendimento médico de qualidade

Especialistas definem a telemedicina como a prática da medicina a distância, através do uso de tecnologias da informação e de comunicação (os recursos de comunicação audiovisual) com interação entre médicos, equipes de enfermagem, pesquisadores e pacientes. Com essa modalidade de atendimento, utilizada nos casos em que a distância é um fator crítico, é possível fazer a prestação de serviços de diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças; a contínua capacitação dos profissionais da área de saúde que atuam em regiões afastadas e facilitar a realização de pesquisas.

A telemedicina teve início durante a corrida espacial, na década de 1960, quando as funções vitais de astronautas, no espaço, eram monitoradas, na terra, por médicos da NASA. Em alguns países, como a Itália e a Inglaterra, a transmissão de dados para diagnósticos já existe desde a década de 1970. Hoje, estes países já possuem redes sofisticadas que interligam pequenas localidades a grandes centros de estudos de universidades. No Brasil, as vantagens da telemedicina podem ser grandes, facilitando o acesso a informações e diagnósticos, principalmente nas localidades onde os serviços são precários.

Rede Universitária

O objetivo da Rede Universitária de Telemedicina (Rute) é aprimorar a infra-estrutura de comunicação para telessaúde presente nos hospitais universitários, criar formalmente Unidades de Telemedicina e Telessaúde e promover a integração dos projetos existentes nesta área.  A Rute é apoiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Associação Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue).

Na primeira fase da Rute, 19 instituições foram beneficiadas com a iniciativa. Com a expansão da rede, anunciada em agosto de 2007, a Rute passou a incluir 57 instituições, distribuídas em todos os estados do Brasil. Atualmente, já há núcleos Rute inaugurados em hospitais universitários em Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Maranhão, Bahia, São Paulo, Ceará, Paraíba e Pará.