Gravidez na Adolescência é abordada em livro na área de Enfermagem
O livro “Maternidade e Adolescência: entre o sonho e a liberdade”, publicado pela Edufal, é fruto de uma pesquisa realizada pela professora e diretora do curso de Enfermagem da Ufal, Ruth Cizino da Trindade. A publicação da Edufal é fruto de uma pesquisa realizada pela professora e diretora do curso de Enfermagem da Ufal, Ruth Cizino da Trindade, com catorze mães, na faixa etária de 20 a 24 anos, que tiveram filhos entre os 14 e 19 anos.
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Jacqueline Freire – estagiária de Jornalismo
O livro “Maternidade e Adolescência: entre o sonho e a liberdade” será lançado em maio, durante a Semana Brasileira de Enfermagem. Revelando as várias situações de vida durante a gravidez, a pesquisa trabalhou com mulheres da periferia, de baixa escolaridade e que vivem na área vicinal do campus da Ufal. “Fomos conversando com as mulheres sobre a gravidez até a vida atual, com o objetivo de perceber a adolescência e a vivência da maternidade, o que a gravidez significou para vida de cada uma delas”, diz a professora Ruth Cizino.
“A maioria delas pensa que não deveria ter engravidado, mas não se arrependem. A vida acaba sendo projetada para o cuidado com os filhos. Elas se ressentem de não terem tido mais tempo de estudar e procurar um emprego melhor, ma, não foi só a gravidez que impediu esse investimento, as próprias condições de miséria em que elas vivem já as mantinham fora do padrão escolar normal”, completa a pesquisadora.
“Elas têm uma necessidade de se inserirem na sociedade, no mercado de trabalho, mas sempre colocando esses projetos em segundo lugar, já que estão direcionadas para os cuidados com os filhos”, conta a professora. “Essas condições de miséria e exclusão acabam por colocar a gravidez como projeto de vida para essas mulheres, pois é a partir daí que elas são reconhecidas. Como mães, elas adquirem então um papel na sociedade” conta Ruth Cizino.
O livro está dividido em partes, tentando sempre perceber quem são essas mulheres, refletir sobre as questões de sexualidade e reprodução, anticoncepcionais, relacionamentos, passando pelas histórias da maternidade na adolescência, reações sobre a descoberta da gravidez, reflexões sobre as consequências dessa gravidez, como: infidelidade, doenças sexualmente transmissíveis, dependência do homem, cuidado com os filhos e projetos de vida.
Foram dois meses de trabalho, duas entrevistas com cada uma delas, nos meses de janeiro e outubro, a fim de perceber mudanças, reincidência de gravidez, entre outros. São 250 páginas relatando as reflexões sobre as conversas com as mulheres. “O próximo objetivo é publicar as entrevistas, pois o material é muito rico”, revela a autora.