Universidades discutem proposta do novo vestibular
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A reitora da Ufal, Ana Dayse Dorea, falou na segunda-feira, 13, em entrevista ao Bom Dia Alagoas, que pretende consultar os representantes das unidades acadêmicas e outros segmentos da comunidade universitária para decidir sobre a proposta de vestibular unificado feita pelo MEC.
Segundo a reitora, as universidades tem até o dia 28 deste mês para dar uma resposta ao MEC se vão aderir ou não à unificação. Ana Dayse esteve em Brasília, durante a semana passada, acompanhando as discussões na Andifes, com a presença do ministro Fernando Haddad, para apresentação da proposta.
Durante a entrevista na TV Gazeta, a reitora enfatizou que não vai tomar uma decisão monocrática, mas que a utilização do Enem como forma de seleção unificada teve a vantagem de abrir a discussão sobre a qualidade do ensino médio. “Não podemos ter mais escolas que se limitam a fazer simuladão com os alunos”, disse a reitora.
Em reportagem apresentada pela emissora antes da entrevista, a opinião dos alunos estavam divididas. Alguns consideram que o vestibular unificado vai favorecer os estudantes que investem num processo continuado de estudos e que os nordestinos não devem temer uma avaliação unificada, mas cobrar qualidade de ensino. Outros estudantes temem que, em função das desigualdades regionais, os estudantes nordestinos percam as vagas na universidade pública para os estudantes do sul e sudeste, onde os índices apontam melhor qualidade do ensino público.
A reitora ponderou que todos esses aspectos devem ser motivo de reflexão para decidir a adesão ou não ao projeto do MEC.
A proposta do MEC (com informações da Agência Estado)
As universidades federais terão duas possibilidades para aderir à proposta de vestibular unificado feita pelo Ministério da Educação (MEC). Uma delas será a adesão completa, em que as instituições usarão o novo Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) como prova única e terão suas vagas inseridas em um sistema online de seleção nacional. Na outra proposta, as universidades que tenham a intenção de realizar uma segunda etapa de seleção poderão usar o Enem apenas como uma primeira fase. Nesse caso, não participarão do sistema nacional de seleção.
As duas alternativas foram apresentadas aos reitores em um Termo de Referência enviado pelo ministério, que prevê ainda a realização da prova nos dias 3 e 4 de outubro. A nova proposta resolve um problema apontado pelos dirigentes das universidades: se um aluno faz o vestibular em uma instituição que pretende fazer uma segunda etapa, sua seleção ficaria prejudicada nas demais universidades que realizariam apenas uma prova. "Se o aluno não passa na segunda etapa, quando ele voltar para o sistema online de seleção as vagas já teriam sido preenchidas", explicou o ministro da Educação, Fernando Haddad.
A alternativa também abre caminho para que mais instituições sintam-se à vontade para aderir ao novo sistema. Aqueles que pretendem manter aspectos regionais nas suas seleções poderão usar a segunda prova e mesmo assim pertencer ao sistema. Uma nova reunião entre os reitores e o MEC está prevista para o início da próxima semana, com a intenção de esclarecer dúvidas. Os dirigentes prometeram ao ministério uma nova reunião no final do mês para já dar a resposta definitiva sobre quem vai aderir e de que forma.
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