ASA de Arapiraca é tema de estudo do curso de Administração


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Asa - Campeão alagoano 2009
Asa - Campeão alagoano 2009

Diana Monteiro – jornalista

Uma equipe do curso de Administração de Empresas do Campus Arapiraca fez uma pesquisa tendo como alvo de estudo a Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA), para saber até que ponto a gestão do clube, que venceu o campeonato alagoano de 2009, trabalha com visão empresarial.

Coordenada pelo professor Carlos Everaldo Silva da Costa, a pesquisa envolveu estudantes do curso e teve como tema “Análise dos tipos de controle organizacional na Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA), a partir da percepção dos torcedores, dirigentes e organizações parceiras”.

Apesar de a linguagem ser empresarial – diz o professor – constatou-se que as ações das gestões do clube são muito baseadas em aspectos culturais, ou seja, que existe o efeito cultural de paternalismo. Além das empresas parceiras do clube, foram entrevistados 400 torcedores; mais de 90% afirmaram que o ASA representava para eles a cidade de Arapiraca.

De posse dos dados da pesquisa, o clube buscou desenvolver um plano de marketing para atrair os torcedores para um plano de sócio, que não alcançou o objetivo esperado porque não foram utilizadas as análises científicas. “O projeto sócio torcedor lançado pelo time só conseguiu a aderência de 300 sócios, o que é muito pouco para um estádio com capacidade para 15 mil pessoas. A campanha de marketing não fez a relação do clube com a cidade”, avalia Carlos Everaldo.

Ainda segundo o professor, outra dificuldade para que a campanha “Meu coração é ASA” não alcançasse o sucesso foi a criação de planos de sócios divididos em classes (Ouro, Prata e Bronze), criando-se assim um processo de estratificação. Ninguém iria querer ser sócio bronze ou prata, mas o valor do plano ouro seria caro, cerca de R$100 e a maioria dos torcedores não poderia pagar. A pesquisa constatou que o ingresso acima de R$ 5,00 era considerado caro para o universo de torcedores.

O objetivo geral do projeto foi analisar os tipos de controle organizacional do ASA, a partir da percepção dos torcedores, dirigentes e organizações parceiras. Para soluções das dificuldades encontradas, o grupo de pesquisa propõe uma nova pesquisa para saber se nos outros clubes alagoanos, o efeito cultural de paternalismo se repete.

O time em estudo não vende produtos, apenas a camisa, e sua marca não é patenteada. “É necessário uma nova pesquisa para que se elabore um projeto a ser enviado às possíveis empresas patrocinadoras e às agências de publicidade, reconhecidas também como importantes para o aspecto de gestão da marca dos clubes”, complementa Carlos.

Além disso, o aspecto controle poderá ser melhor trabalhado a partir do momento em que ações de pesquisa promovidas pelo campus Arapiraca, através do curso de Administração, venham fazer  também  dele um departamento consultor para auxiliar os gestores do ASA em suas decisões internas. “Isso muda o aspecto estrutural e profissional de gestão, substituindo o aspecto empírico de gestão pela inserção de ações a médio e longo prazos  com fundamentos científicos”,  enfatiza Carlos Everaldo.