Coordenador da Olimpíada de Matemática em Alagoas busca apoio do Estado

Lenilda Luna - jornalista

O professor de Matemática da Ufal, Adelailson Peixoto, que coordena os preparativos para a Olimpíada Brasileira de Matemática em Alagoas, vai se reunir com o secretário de Educação, Rogério Teófilo, para solicitar apoio do governo Estadual em garantir a participação dos alunos das escolas públicas estaduais na 5ª edição da Olimpíada. Na quinta-feira, o professor aproveitou uma reunião com todos os secretários municipais de educação, que aconteceu no auditório do Cefet, para divulgar a Olimpíada.

Adelailson ressalta que em outros Estados, a Olimpíada é divulgada nas escolas e existe um grande incentivo à participação dos alunos. “Aqui encontramos até um certo entusiasmo, mas diante das dificuldades da educação em Alagoas, sem estrutura financeira, os alunos acabam desistindo de participar, já que as provas são realizadas fora do Estado”, esclarece o professor.

O professor ressalta ainda que, apesar das dificuldades, Alagoas se destaca na Olimpíada. “Este ano, no dia 15 de abril, dois alunos de escolas públicas de Alagoas receberam do presidente Lula a medalha de ouro pela participação na edição de 2008. Foram eles: José Maurício Lima de Melo, da Escola Estadual Padre Francisco Correia, em Santana do Ipanema, e Alan Anderson da Silva Pereira, de União dos Palmares, que estuda no Centro Federal de Educação Tecnológica de Alagoas, em Maceió.

Disputa acirrada

Participaram da 4ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, em 2008, cerca de 18 milhões de estudantes da educação básica. São alunos de 5ª a 8ª série (6º ao 9º ano) do ensino fundamental e do ensino médio que estudam em 35.913 escolas, de 5.395 municípios. Chegaram à segunda fase da Obmep mais de 700 mil estudantes e, destes, foram selecionados três mil para receber medalhas: sendo que 300 alunos foram condecorados com ouro, 900 alunos com prata e 1800 com medalhas de bronze. Além das medalhas, os finalistas participam do programa de iniciação científica da Olimpíada, com direito a uma bolsa de iniciação científica júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Essas vantagens são o maior atrativo para a participação nas Olimpíadas. “Os alunos que se destacam recebem apoio para consolidar a vida acadêmica. Para alunos de baixa renda, essa conquista faz toda a diferença: é a garantia de poder se dedicar aos estudos com tranquilidade”, diz o professor Adelailson. “Além da bolsa para concluir os estudos no ensino médio, os alunos premiados com medalhas nas Olimpíadas recebem bolsas de iniciação científica, quando ingressam na universidade pública, e bolsas de mestrado, ao ingressarem na pós-graduação”, informa o professor.

Final de Prazo

As inscrições para a Obmep foram encerradas nesta sexta-feira, 15. Até a manhã desta quinta-feira, 14 de maio, foram registradas 457 inscrições de escolas de Alagoas, o que representa 53.76% das escolas públicas do Estado. “É uma participação baixa, considerando que gostaríamos de ter representadas todas as escolas públicas do Estado”, considera o coordenador da Obmep em Alagoas. Segundo ele, faltou apoio na divulgação. “Temos a propaganda nacional, mas é preciso um reforço local para que as escolas se sintam estimuladas a participar”, explica.

A Olimpíada

A Obmep é uma promoção dos ministérios de Ciência e Tecnologia e da Educação, realizada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa) e pela Sociedade Brasileira de Matemática. O objetivo é incentivar o ensino de matemática e descobrir talentos entre estudantes das escolas públicas dos anos finais do ensino fundamental e de todo o ensino médio. A primeira olimpíada de matemática foi em 2005, com a participação de 10,5 milhões de alunos, de 31 mil escolas; a segunda teve 14 milhões de estudantes, de 32 mil escolas; na terceira, as inscrições subiram para 17,3 milhões de alunos, de 38 mil escolas.