Rede de pesquisa tentará simular desafios do pré-sal
O projeto apresenta cinco novos laboratórios financiados pela Petrobrás, nas seguintes instituições: Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) e Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O plano é que os cinco laboratórios sejam inaugurados em outubro, 100% operacionais.
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Herton Escobar – jornalista do jornal O Estado de São Paulo
A Petrobrás iniciou o primeiro teste de longa duração para exploração de óleo da camada do pré-sal no campo de Tupi, na Bacia de Campos. O navio-plataforma FPSO BW Cidade de São Vicente ficará ancorado a 290 quilômetros da costa, extraindo 14 mil barris de petróleo por dia, durante 15 meses, de um poço aproximadamente 6 mil metros abaixo da superfície. O experimento servirá para estudar as condições reais de produção petrolífera em águas ultraprofundas do pré-sal.
Mas não é só no mar que as coisas estão ocorrendo. Em terra, pesquisadores de várias instituições trabalham também a todo vapor para montar uma das maiores redes de computação do mundo, capaz de reproduzir em um ambiente virtual científico as condições extremas de trabalho a que as plataformas oceânicas serão submetidas no futuro. Coisas como ondas gigantes, tempestades, correntes marítimas, temperaturas extremas, pressões capazes de esmagar uma bola de basquete e - talvez o maior desafio de todos - uma camada de 2 km de rocha salina que adora sufocar brocas e tubulações.
Para ter qualquer chance de sobrevivência nessas condições em alto-mar, toda a infraestrutura petrolífera do pré-sal terá de passar ilesa, antes, por elas nos computadores e tanques de provas dos cientistas em terra firme. É para isso que está sendo criada a Rede Galileu, um consórcio de cinco laboratórios acadêmicos, financiados pela Petrobrás e conectados por uma rede de computadores com capacidade para realizar 180 trilhões de operações por segundo (teraflops).
"São condições muito desafiadoras, que nunca foram simuladas antes", diz o professor Kazuo Nishimoto, do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Ele é o coordenador do atual Tanque de Provas Numérico (TPN) da instituição, que opera com um cluster de 2 teraflops, num espaço físico de 300 metros quadrados. Graças ao projeto Galileu, o laboratório será transferido ainda neste ano para um novo prédio de 1.800 m2, turbinado com um cluster de 25 teraflops - e capacidade para chegar a 55 teraflops.
A rede toda, quando estiver operando em capacidade máxima, terá calibre computacional para processar até 180 teraflops de informação. Segundo Nishimoto, é o maior grid desse tipo no Brasil, e um dos maiores no mundo. Os outros nós do consórcio são o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), a Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O plano é que os cinco laboratórios sejam inaugurados em outubro, 100% operacionais. Outras nove instituições participam como "subsatélites" da rede.
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