Universidade vai ter laboratório para estudar o trânsito


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Pró-reitor Estudantil, Pedro Nelson, e a professora Rejane Rocha
Pró-reitor Estudantil, Pedro Nelson, e a professora Rejane Rocha

Roberta Batista – estagiária de Jornalismo

O Pró-reitor Estudantil, Pedro Nelson, representando a reitora da Ufal, Ana Dayse Dorea, instalou na Universidade a Comissão Permanente para a Redução da Morbimortalidade por Acidentes de Trânsito, visando a criação de um laboratório de pesquisa sobre trânsito.

A reunião que ocorreu nessa terça-feira, 26, no auditório da Biblioteca Central, contou com a participação de vários representantes das unidades da entidade, dentre eles professores de Filosofia, Pedagogia, Engenharia Civil, Educação Física, e um representante do Pólo Penedo. Também participaram representantes da Secretaria de Saúde, Corpo de Bombeiros,  Detran,  Semed,  Departamento de Estradas e Rodagem de Alagoas (DER) e Uncisal.

O professor Pedro Nelson enfatizou a importância de fortalecer cada vez mais as ações do comitê e afirmou que a Universidade está disposta a se comprometer com o tema. “Precisamos unir mais pessoas nessa campanha. Não podemos nos envolver com esse problema só quando somos vítimas ou temos pessoas próximas acidentadas”, declarou o pró-reitor.

O biólogo Eloy Martins fez um breve histórico sobre a criação do comitê estadual em 1º de setembro de 2007. Ele informou que, segundo o Departamento Nacional de Trânsito, Alagoas tem um comitê de trânsito que se destaca nacionalmente. Eloy destacou também a importância da Universidade na campanha de redução de acidentes de trânsito. “Aqui temos vários de formadores de opinião, que podem contribuir com essa mudança de mentalidade. Devemos conscientizar os cidadãos desde à infância até a chegada na Universidade, se quisermos que haja uma mudança. Não podemos ficar só observando”, ressaltou o biólogo.

No painel “Trânsito: Uma questão de Saúde Pública” foram apontadas as preocupações também diante do comportamento dos pedestres. “O trânsito não é feito somente de veículos. Somos todos em algum momento condutores ou pedestres, ciclistas ou motociclistas, a cada momento estamos numa posição”, afirmou Eloy Martins.

Durante o painel, foram apresentados dados do Hospital Geral do Estado (HGE) sobre a morbimortalidade no trânsito. De acordo com as informações, foram gastos, durante o ano de 2007, com vítimas de acidentes de trânsito, um total de R$ 1. 876.882.69. Ainda segundo o HGE, somente de janeiro a abril deste ano ocorreu um número significativo de vítimas fatais do trânsito. Os acidentes de moto, as colisões e os atropelamentos apresentam os maiores aumentos. A faixa etária mais atingida é de pessoas entre 25 a 34 anos, ressaltando também um aumento no número de vítimas com 60 anos ou mais.

Os dias de maiores ocorrências são sexta-feira, sábado e domingo, quando os alguns motoristas insistem em misturar bebida alcóolica e direção. Os horários em que mais ocorrem os acidentes de moto e colisões de carros são na madrugada, entre meia noite às seis da manhã. Um dado que preocupa bastante é alto número de acidentes com ciclistas, principalmente pela manhã, entre 5h e 12h, e à noite, entre 18h e 21h, principalmente na avenida Menino Marcelo, no bairro da Serraria, onde há um maior número de ciclistas que trabalham na construção civil.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, o número de vítimas do trânsito é maior entre o sexo masculino. Verificou-se um aumento na mortalidade de pedestres, mas o que mais impressiona é o aumento no número de vítimas de acidentes com motocicletas, que teve uma acréscimo de 13% nos últimos sete anos.

Eloy Martins salientou a importância da Universidade na preparação dos futuros profissionais da saúde, na sensibilização dos estudantes para que haja um maior aproveitamento desses dados e consequentemente um estudo mais detalhado sobre o trânsito.

Também foi apresentado o painel com as ações do comitê, como oficinas, o I Fórum Alagoano de Trânsito e Qualidade, que aconteceu em 2008, e campanhas educativas. “Nós estamos hoje fazendo uma prestação de contas do que está acontecendo nesses quase dois anos de comitê”, disse a representante da Ufal no comitê estadual, professora Rejane Rocha.