Expofísica entusiasmou os alunos do ensino médio
- Atualizado em
Lívia Santana - estagiária
A Expofísica movimentou o Instituto de Física dos dias 27 a 29 de maio. A coordenadora do evento, professora Maria Tereza de Araujo, conta que mesmo com as chuvas da terça, dia 26, que provocaram a suspensão das aulas na Universidade no dia 27, a exposição não foi afetada e a tempestade não interferiu na vinda dos alunos. "As professoras ligaram antes e confirmaram as visitas. A exposição contou com a visita de 300 alunos por dia", relatou a coordenadora.
No último dia houve, inclusive, a presença de alunos do Sertão: 59 estudantes de duas escolas, uma particular e uma estadual, do Xingó. “A região tem carência na parte prática da disciplina. Essa exposição é uma oportunidade de estimular a curiosidade dos alunos, incentivar e ver que Física não é só questão da sala de aula. A Física os assusta muito, mas quando a disciplina é aplicada e significativa, o interesse é aguçado,” ressaltou a professora de Física, Solange Fortes Balbeys, que trouxe os alunos. ”Eu estudo Física Licenciatura à distância e dou aulas de Física em uma das escolas que participaram dessa visita. Lá estamos com um planejamento para fazer trabalho na base de energia hidráulica, provavelmente no segundo semestre”, concluiu.
“A Física do corpo humano”
O stand apresentou a demonstração de que a Física pode ser aplicada ao corpo humano. Com a utilização do microscópio, os alunos observaram um exemplo de difusão e uma explicação caótica da movimentação das partículas através de um movimento Browniano. Foi utilizada água destilada e micro-partículas de óxido de Titânio para a experiência. Havia também um cartaz com as leis de Newton, explicando as movimentações dos músculos e das cordas vocais que se abrem com o aumento da pressão do ar e é expirada pelos pulmões.
“Tentamos mostrar na Física o que vemos na Biologia. O corpo humano é um dos poucos sistemas onde é possível identificar vários mecanismos que são explicados pelas leis da Física. Leis de Newton, eletrostática e movimento ondulatório, são exemplos. Com isso, há uma compreensão melhor das leis básicas desta área”, comenta a estudante de 3° período, Renata Monteiro. Ela fala também que a partir dessa explanação da Física aplicada ao cotidiano e em coisas que consideramos simples ou inerentes a uma única disciplina, pode-se observar a importância de haver uma interdisciplinaridade.
“A Física dos esportes radicais”
O stand apresentava informações sobre mergulho e esportes de altitude. Ao falar sobre pára-quedas - como abre, como se livrar do principal e como abrir o reserva - os alunos mostraram o poder da resistência do ar. “É importante saber que a Física desenvolve tecnologias que melhoram nossa vida e podemos perceber que ela não é algo à parte do nosso dia-a-dia como pensamos no ensino médio”, enfatizou Daniela Cheloni, aluna do 1° período. “Tentamos explicar de uma maneira simples. Mostramos nos esportes radicais o que você precisa saber da física para poder praticar esportes com segurança”.
“A Física da música”
O stand deu ênfase às ondas. “O som é uma onda que se propaga através de um meio material. Aqui fazemos a relação entre frequência de onda, tensão, densidade linear, comprimento da onda e utilizamos como exemplo o violão, o baixo, falamos sobre a ressonância que amplifica o som e muitas outras coisas,” disse Ghisleine Edelways, do 4° período de Física.
“O uso do berimbau é para mostrar a necessidade das caixas acústicas nos instrumentos, e isto se relaciona também com ressonância. Com o uso deste instrumento pensamos também em exaltar nossa cultura. O instrumento atrai bastante a atenção dos alunos do ensino médio”, complementou o professor Elton Malta.
A pesquisa
Realizada no auditório do Instituto de Física, sob o tema “A pesquisa no IF”, o professor Marcelo Leite Lyra expôs noções de quanto a Física e a tecnologia são importantes e fazem parte do nosso dia-a-dia. “Vários aspectos de ciências básicas são importantes para entendermos o que está por trás da tecnologia e o nosso interesse é ir mais a fundo, em busca de aspectos que não compreendemos bem, a fim de desenvolver novas tecnologias” ressaltou o professor. Ele aproveitou a palestra para falar do curso para os alunos, exibir as linhas de pesquisa teóricas e experimentais que o curso possui e detalhar alguns deles.
A Física na Astronomia
Alguns alunos estavam se perguntando o que o Clube de Astronomia tinha a ver com a Física. Para responder a este questionamento, estiveram presentes três representantes do clube. Kyzzy Resende, do 1º ano de Geografia e oficialmente integrante do Clube há 1 ano, contou que um dos membros do Centro de Estudos Astronômicos, professor Adriano Albert Barros, é professor de Física.
Adriano pediu o espaço para expor os banners com imagens e resumos de projetos realizados por alunos do ensino médio e por membros do Clube, que agrega 18 membros. Todos os projetos são orientados por ele. “A maioria dos trabalhos de astronomia envolve Física, seja na análise de estrelas variáveis ou estrelas duplas, determinação da órbita de planetas, cometas e asteróides, determinação do diâmetro da terra. Enfim, a aplicação de Física na astronomia é intensa” disse Kyzzy. “O Clube de Astronomia constrói telescópios e lentes a partir de fundamentos de física”, conta Edmilson Barreto, 1° período de licenciatura em Física.
Experimentos didáticos
Os experimentos foram expostos em um das salas do Instituto de Física. “O nosso objetivo é mostrar para a sociedade, fora da universidade, que a Física não é um bicho de sete cabeças e que podemos encontrá-la no dia-a-dia. Quisemos também mostrar o Instituto para os estudantes do ensino médio, para que haja uma familiarização com o Campus”, disse Cícero dos Santos, do 7º período. Foram expostos cinco experimentos: o gerador de ondas estacionárias, propagação de ondas em sólidos, propagação de calor, levitação magnética e o gerador de Van Der Graaf – acelerador de partícula.
“Com o gerador de Van der Graaf podemos verificar o campo elétrico, o potencial eletrônico, os tipos de eletrização e como os raios se formam. É o experimento mais cobiçado, pois os alunos chegam perto e vêem seus cabelos eletrizados por contato, uma vez que ele fica com a mesma carga, e cargas idênticas repelem-se, isso sem falar do choquzinho que recebem ao fazer um circuito de mãos dadas, isso agita bastante”, explicou Cícero dos Santos.
Experimentos com o uso de lasers
Em outra sala, houve a observação do que é laser e suas aplicações. A professora Maria de Socorro Seixas falou sobre os cinco experimentos expostos na Expofísica: a óptica da visão, funcionamento do olho humano e a correção dos defeitos como miopia e hipermetropia; funcionamento de uma fibra óptica e sua aplicação tecnológica em telecomunicações e na medicina; o RGB (Red Green Blue), que é a base do funcionamento dos televisores e monitores de LCD; o Espectômetro de Michaelson-Morley, que estuda a interferência da luz; e a "Monga" de Darwin, explicando o efeito utilizado nos circos, da mulher que vira uma gorila. Trata-se de um processo da superposição de imagens.