Bebê Maria Clara deve ser submetida à cirurgia cardíaca na próxima semana


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Tamara Albuquerque - jornalista

A menina Maria Clara Lopes da Silva, que desde o nascimento está internada na Unidade de Cuidados Intermediários do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes aguardando a oportunidade de ser submetida à cirurgia cardíaca para curar uma patologia grave, deve ser operada na próxima semana. A informação é da assistente social Micheline Costa de Oliveira, que acompanha o caso da garota e está providenciando a documentação para a transferência dela à Santa Casa de Misericórdia de Maceió, onde o procedimento será realizado.

Maria Clara, que nasceu em março deste ano, é portadora de defeito septal atrioventricular total, anormalidade que pode levar à morte se não tratada cirurgicamente e em curto espaço de tempo. Os pais da menina têm recorrido ao poder público para garantir a cirurgia, mas em Alagoas ainda não há um serviço de referência para tratar esse tipo de paciente pelo SUS. Algumas crianças com cardiopatias congênitas conseguem o acesso ao tratamento cirúrgico fora do Estado, através do programa TFD da Secretaria de Estado da Saúde, mas o processo burocrático é demorado.

O Fórum em Defesa dos Direitos Sociais denuncia que, das 14 crianças nascidas no período de um ano e dois meses com o problema e atendidas no HU e na Maternidade Santa Mônica, oito foram a óbito por não resistir à espera demorada pelo tratamento cirúrgico. Entretanto, em nota distribuída na semana passada, a Sesau afirma que as crianças portadoras de cardiopatias congênitas em assistência na rede hospitalar ou ambulatorial do SUS “tendo” acompanhamento e tratamento cirúrgico no serviço de cirurgia cardíaca da Santa Casa de Maceió.

Segundo Micheline Costa, a cirurgia de Maria Clara será realizada pelo cardiologista pediátrico Emerson Gama, que já fez uma avaliação no quadro de saúde da paciente e solicitou, ontem, os exames e registros de evolução do caso para marcar a operação. A assistente social também já solicitou à Previdência Social a inclusão da menina no Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social, que pode ser requerido para idosos e pessoas com deficiência, cuja renda familiar não ultrapasse a ¼ do salário mínimo vigente. Maria Clara nasceu numa família com baixo poder aquisitivo e também é portadora da Síndrome de Down.