Observatório da Violência será debatido na próxima semana

Gilson Monteiro – Tribuna Independente

O projeto "Observatório da Violência", centro de estudos sobre a criminalidade em Alagoas, começará a ser desenhado a partir da próxima semana. De acordo com a socióloga Ruth Vasconcelos, professora da Ufal, Pedro Montenegro, escolhido para comandar a Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Direitos Humanos de Maceió, virá de Brasília para ter a primeira conversa sobre o projeto. Ruth, autora do livro "O Poder e a Cultura de Violência em Alagoas", foi escolhida para coordenar o centro.

"Na próxima semana, o Pedro [Montenegro] virá a Alagoas e teremos a primeira conversa sobre o projeto, que trará uma sistematização ampla dos dados sobre a criminalidade em Alagoas, para ser utilizado em projetos da área", explica a professora. Montenegro, que deixará a Secretaria Especial dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça para se dedicar à nova pasta criada pelo prefeito Cícero Almeida (PP), diz que o Observatório vai sistematizar todos os estudos realizados relativos à violência no Estado.

"Precisamos deixar de improvisar. Projetos de combate à violência precisam de planejamento, e para planejar, são necessários dados, números, informações sistematizadas. Alagoas conta com estudantes renomados nessa área. Quero utilizar toda a qualificação de cientistas como a professora Ruth Vasconcelos", afirma Pedro Montenegro.

A Câmara Municipal de Maceió deverá votar ainda esta semana o projeto de lei que cria a Secretaria de Segurança Comunitária. Um dos problemas que a nova pasta deve enfrentar é a ausência do projeto na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) aprovada no ano passado, que trazia as metas para este ano. "O projeto deveria estar presente na LDO deste ano", afirma a vereadora Tereza Nelma (PSB).

Outra crítica se refere à falta de dotação orçamentária. No projeto, está previsto que os recursos da Guarda Municipal serão transferidos para a secretaria, mas o montante não seria suficiente. Otimista, Pedro Montenegro não teme a falta de dinheiro. "Essa secretaria terá a função de juntar esforços, e costurar projetos que não necessariamente serão bancados pela Secretaria ou mesmo pela Prefeitura", afirma.