Estudantes se engajam nas ações do Campus do interior


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Dália dos Santos, fera de Enfermagem (de blusa roxa)
Dália dos Santos, fera de Enfermagem (de blusa roxa)

 

Dália Maria dos Santos, 18 anos, é fera no curso de Enfermagem e mesmo não podendo doar sangue devido a problemas de saúde, considera o ato solidário de extrema importância. Seu sonho era fazer Medicina, mas a dificuldade para ir até o campus Maceió a fez mudar de ideia. Com pai mecânico e mãe costureira, ela conta que seria difícil o deslocamento para capital. “Eu espero absorver bem os conteúdos e me tornar uma boa profissional. Isso só será possível graças à instalação do campus Arapiraca; ficou bem mais fácil para quem não pode ir a Maceió”, comenta Dália.

A fera 2009 do curso de Agronomia, Rafaela de Souza, 20 anos, considerou maravilhosa a iniciativa do campus em promover o trote solidário para a doação de sangue que resultou na mobilização da comunidade acadêmica. Falando da Ufal no interior, Rafaela diz que se não fosse o campus Arapiraca seria muito difícil se deslocar para Maceió para fazer um curso superior. Rafaela é casada, professora de jovens e adultos, e seu marido é mecânico. Ela ressalta que resolveu fazer Agronomia para ajudar ao pai que tem uma fazenda no Maranhão.

“Doar sangue foi um trote inteligente, além de ser uma boa ação”, disse Raphael Klewdson Ferreira, 19 anos, aluno de Educação Física, que diz se identificar com o curso onde espera não só aprender, mas ter também uma boa convivência. Sua mãe é professora e seu pai profissional autônomo e diz que um campus no interior significa desenvolvimento para a cidade, região e Estado.   

Enquanto os alunos esperavam na fila, Ruthe Neide Barbosa, assistente social do Hemocentro de Arapiraca (Hemoar), fez o que é chamado de Sala de Espera. “O trabalho de Sala de Espera é o momento para captar doadores voluntários mostrando a importância de se doar sangue. É neste momento, realizado diariamente durante o processo de doação no Hemoar, que passamos as informações necessárias referentes aos critérios de doação e pós-doação” explicou Ruth.

“Os voluntários tem que ter compromisso e consciência de seu sangue porque sabemos que tem vírus que só se manifesta tempos depois. O voluntário tem que ser fiel e consciente para dizer se é doador de sangue seguro. Ele tem como saber se é, pois antes de doar nós informamos os critérios e eles passam a conhecer os impedimentos temporários e os definitivos” ressaltou Ruth.

“Sou doador voluntário há 15 anos. Quando a gente doa sangue a gente salva vidas. É um ato solidário e de cidadania e cidadania cabe em qualquer lugar. Um dos maiores gestos é doar, ajudando vidas” disse Pregentino Severino de Souza, 46 anos, veterano no campus, já está no 7° período de Agronomia. “Eu era magro demais da primeira vez que fui doar e por isso não pude, depois disso engordei e voltei para tentar mais uma vez”.

Elton Junior Siqueira, 18 anos, prestou vestibular para Química. “Minha mãe é professora e meu pai agricultor. Eu moro em Craíbas e levo trinta minutos para chegar a Arapiraca e só pago um real e alguns centavos. Se eu fosse para Maceió levaria umas duas horas e gastaria oito reais. É muito bom ter um Campus próximo porque envolve não só Arapiraca, mas todas as microregiões do agreste” ressaltou. Elton se identifica com a Química, sempre gostou de desafios relacionados. Seu desejo é trabalhar em laboratório ou lecionar. “Sei que o curso é puxado, mas eu vou enfrentar. Espero que os professores sejam capacitados e pacientes” comentou sorrindo. Elton só não doou sangue porque tinha comido gordura, mas disse que “para ajudar os outros vale tudo”.

 

Durante o trote também houve doação de agasalhos e os 90 primeiros doadores ganharam a camisa do ato solidário.